Um famoso e antigo provérbio diz: “a palavra é prata, o silêncio é ouro”. O silêncio pode ser uma virtude, pois evita muitos pecados (principalmente os pecados da língua) e ajuda a fortalecer o nosso equilíbrio interior e o nosso discernimento. Afirmar que o silêncio é uma virtude pode parecer inusitado, pois não estamos acostumados a considerar as qualidades do silêncio.
O silêncio, muitas vezes, pode parecer omissão: deixar de tomar atitudes boas e necessárias por medo ou preguiça não seria correto, nem cristão. Ninguém quer pecar por falta. O cristão é sempre convidado a agir corretamente.
Muitos dizem que dentro da palavra “oração” temos a palavra “ação”, implícita, sugerindo a dupla responsabilidade do cristão: orar e agir. Entretanto, existem momentos onde ficar em silêncio é a opção mais correta e virtuosa.
Somente as pessoas que sabem guardar segredos são confiáveis. Quando somos pessoas silenciosas diante dos segredos dos outros, ganhamos mais amigos e o respeito deles. Se um amigo confiou em você para contar um segredo de sua vida, guarde-o como se fosse o seu próprio segredo.
Você somente será um bom amigo e uma pessoa de confiança quando aprender a guardar segredos. Para ser um bom amigo, é preciso ter empatia, se colocar no lugar do outro. Se você contasse um segredo para alguém, você gostaria que ele fosse descoberto? Do mesmo modo, aquele que conta um segredo para você espera o seu silêncio.
Ouvir sem julgamento o segredo de um amigo, aconselhá-lo com boas palavras quando ele precisar e saber guardar as confidências dele são as atitudes de um bom amigo e de um bom cristão.
Além do mais, quando somos pessoas confiáveis, passamos a atrair pessoas confiáveis também. Assim, criamos um círculo de amizades positivo e repleto de lealdade, respeito e amor fraterno.
Em Eclesiástico 5,15, vemos o quanto devemos evitar a imprudência da língua:
“A honra e a consideração acompanham a linguagem do sábio, mas a língua do imprudente é a sua própria ruína.”
Diante de uma palavra mal colocada e desafiante de alguém, devemos ficar em silêncio. Isso não significa que ficamos magoados ou que estamos defensivos, “frios” ou “dando um gelo” nessa pessoa. O silêncio, nesse caso, significa respeito, sabedoria e amor. No silêncio, busco me recompor, para poder dar a melhor resposta para o outro: a resposta mais sábia, gentil e educada.
Nem sempre é fácil sermos sábios quando estamos machucados. Por favor, tentem entender que o silêncio pode ser uma prova de amor e respeito. Não somos perfeitos e não daremos sempre as melhores respostas imediatamente. Precisamos de tempo para “processar” os estímulos do mundo dentro de nós e termos as melhores reações.
Cultive o silêncio antes de dar respostas às pessoas nas conversas e nos aplicativos de mensagens virtuais. Cultive o silêncio antes de reagir a uma ofensa. Cultive o silêncio antes de tomar uma decisão importante que envolve outras pessoas.
Recebeu uma mensagem e ficou angustiado? Não fique ansioso, nem responda a mensagem imediatamente, caso não seja um assunto urgente. Tire um tempo para si mesmo, faça uma oração e recupere o seu equilíbrio interior antes de responder. Jamais faça isso em um momento de descontrole emocional.
O silêncio traduz segurança interior e consciência tranquila. Muitas pessoas podem pensar que o silêncio é covardia, mas é preciso coragem para suprimir as reações imediatistas e superar a ansiedade de se manifestar em defesa própria. O silêncio revela a nossa grandeza de espírito.
O silêncio é a melhor solução na conquista do nosso domínio próprio. Na Bíblia, vemos o seguinte em Eclesiástico 5,14: “Se tiveres inteligência, responde a outrem, senão, põe a mão sobre a tua boca, para que não sejas surpreendido a dizer uma palavra indiscreta, e venhas a te envergonhar dela.”
SÁBIO É AQUELE QUE SABE FICAR EM SILÊNCIO | Inspirações do Padre | Padre Reginaldo Manzotti
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