Há momentos na vida em que precisamos dar uma notícia ruim para alguém, mas não sabemos ao certo como agir. Podemos acabar faltando com a verdade plena para não causar um impacto forte a quem será afetado por uma situação nefasta, como notícias de problemas graves de saúde, traições, perdas financeiras, indisposição de relacionamento, entre outras.
Às vezes, é preciso recorrer a subterfúgios como ocultar a verdade, em um primeiro momento, ou à mentira mesmo, por uma questão de cuidado e proteção com quem vai receber a notícia. Mas será que essa postura é correta? É possível ser ético e moral, ao mesmo tempo, nessas situações?
Segundo a psicóloga Ana Masetti, uma mentira pode causar impactos e prejuízos mentais, na medida que vai ficando difícil sustentá-la diante da realidade. Ainda mais quando envolve situações como doenças graves e risco de vida de alguém.
Já o teólogo e doutor em filosofia Khae Lhucas afirma que, para Platão, a verdade deve ser sempre apreciada e preferida. Porém, em alguns casos, o mais sábio poderia fazer uso da mentira para proporcionar o bem. Esse também era o pensamento de Confúcio, filósofo chinês, principalmente se for para defender a família.
Khaê Lhucas lembra, entretanto, o grande pensador e teólogo cristão Santo Agostinho, que considera a mentira um pecado definitivo.
“Mas, evidentemente, existem matizes, graus de mentira. Uma coisa é a gente mentir para se livrar de uma responsabilidade; e outra coisa é mentir quando coloca a vida de outros em perigo”, conta ele.
E qual seria o momento em que a mentira pode ser bem colocada? Ana Masetti comenta que existem espaços em que queremos falar a verdade, mas que isso vai gerar uma consequência muito grande em quem vai escutar.
“Na minha prática clínica, volta e meia a gente vai se deparar com diagnósticos muito difíceis, transmissões de más notícias, necessidade de cirurgia, evolução de diagnóstico, comunicação de óbito. E é sabido que vai causar um mal estar em quem vai receber. Ao mesmo tempo que a gente não vai se furtar de falar aquilo que está sendo expresso”, considera a psicóloga, que aponta também a questão ética.
Ela diz existir, sim, casos em que as pessoas não querem falar a verdade e, não necessariamente omitem, mas acabam dando “uma enroladinha”. Por outro lado, pode ser mais compreensível, tranquilo e “perdoável” se antes de contar a verdade, prepare-se o terreno para que o fato seja contado.
O tema é bastante polêmico e divide opiniões.
Para assistir às entrevistas na íntegra, basta acessar o link e formar a sua própria opinião.
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