Tão popular quanto o Carnaval, as festas juninas celebram os Santos João, Antônio e Pedro, e acontecem de Norte a Sul do Brasil. Cada região celebra com suas tradições, comidas e costumes, mas uma coisa é sempre comum a todas: a devoção presente nos detalhes.
Leia ao som de ‘Isso é lá com Santo Antônio’ – uma das músicas juninas mais tradicionais – um pouquinho mais sobre a maior Festa Junina beneficente de João Pessoa (PB): o Arraiá da Consolação e sobre o Festejo de Santo Antônio, realizado em Palmas (TO).
Cheirinho de canela e cravo pelo ar, o céu estrelado coberto por bandeirinhas de todas as cores, o calor da fogueira que arde bem no meio da praça, conhecidos e amigos vestidos com o que há de mais divertido em seus guarda-roupas e, tudo isso, ao som de muita música junina.
Quem conta pra gente um pouquinho sobre o arraial do bem de João Pessoa (PB) é o Padre Sandro Santos, responsável há anos pela Festa Junina na Comunidade Consolação Misericordiosa. “São 800 voluntários, que cuidam com carinho de todos os detalhes: da decoração aos petiscos. O Arraiá da Consolação chega a receber 5 mil pessoas por noite e toda a renda da festa é destinada a instituições como a Associação Beneficente São José, que oferece cursos profissionalizantes no bairro Mangabeira, e ao Abrigo de Idosos ASPAN”, explica o Sacerdote.
Além de todo o bem promovido pela equipe do Arraiá, a gente não pode deixar de ressaltar a importância de resgatar e fortalecer a cultura popular brasileira. Forró pé-de-serra, quadrilha, a tradição de acender a fogueira e o melhor das festas: os comes e bebes típicos da época. A pamonha e a canjica são as mais vendidas do Arraiá e, sem dúvidas, figurinhas carimbadas em todo o Brasil.
“O casamento matuto com a bênção do Padim Santo Antônio é um momento especial que não pode faltar. Sem a dedicação dos voluntários seria impossível mergulhar na cultura nordestina e proporcionar esse relacionamento que toca e modifica quem serve e quem é servido durante as celebrações juninas”, reforça.
Como viveu? Nascido com o nome de Fernando, ele entrou para um convento de Ordem Agostiniana aos 15 anos e foi ordenado sacerdote aos 25. Entrou para a Ordem Franciscana, trocou seu nome para Antônio e partiu para o Marrocos. Chegando lá, ficou doente e precisou desistir da missão. Foi à Itália, onde conheceu São Francisco e passou a fazer pregações em Pádua. Lá, escreveu sermões que tocaram centenas de pessoas pela região até seu falecimento. Foi beatificado e canonizado 11 meses após seu falecimento.
Alguns de seus milagres: pregação aos peixes, restaurou o pé amputado de um jovem, em uma de suas pregações todos os participantes ouviam a mensagem em sua língua materna, entre outros.
Como viveu? João Batista foi o primo de Jesus, que anunciava o nascimento do Salvador pelo deserto e batizava judeus e gentios no rio Jordão. Ele foi preso pelo governador Herodes, por alertar sobre um casamento impróprio na família, e teve sua cabeça cortada na prisão.
Alguns de seus milagres: apesar de não ter realizado nenhum milagre, a maior e mais valiosa virtude dele foi falar a verdade sobre Jesus.
Como viveu? Considerado o primeiro Papa da Igreja Católica, Pedro nasceu com o nome de Simão e era pescador até conhecer Jesus. Após dias ruins de pesca, Simão ajudou Jesus a ir até um local remoto para pregar. Na volta, Cristo o orientou a pescar em águas mais profundas e Simão teve as redes tão cheias que não conseguia carregá-las apenas com seu barco. Neste momento, ajoelhou-se diante de Jesus, que o encorajou a segui-Lo na missão de evangelizar. Assim, ganhou o nome de Pedro (Cristo o nomeou assim, pois comparava sua força à de uma rocha) e se tornou o primeiro Discípulo de Jesus.
Alguns de seus milagres: a cura de um homem coxo, a cura de Eneias da deficiência física, a ressurreição de uma discípula e do filho de Teófilo, entre outros.
Em Palmas (TO), além das lindas festas juninas, é celebrado o Festejo de Santo Antônio. Muito popular na cidade, a festa é realizada pela Paróquia Santo Antônio de Pádua. Quem conta pra gente um pouco do Festejo é a Elisangela Maria Lopes, voluntária da Paróquia.
Vivendo em Palmas há 11 anos, Elisangela e o esposo, Weliton, são voluntários do Festejo. Durante 13 dias antes da festa, os fiéis se reúnem na igreja para a Missa, a Adoração ao Santíssimo e a Trezena. Ao final das orações, todos podem aproveitar as comidas típicas da região – como Maria Isabel (arroz com carne de sol) e o delicioso caldo de Santo Antônio, que é abençoado todos os dias durante a Missa – nas barraquinhas instaladas na praça. No dia 13 de junho, Dia de Santo Antônio, é servido o famoso bolo do Santo, conhecido por ter imagens no recheio e ajudar as mulheres solteiras a arrumar um bom marido.
“Já fui coordenadora da equipe do caixa com o meu esposo, fomos coordenadores da Pastoral do Dízimo e já ajudamos também na infraestrutura da festa. Este ano, estamos coordenando as rifas do Festejo”, explica a associada. Elisangela foi criada em São Pedro dos Ferros (MG) e, por isso, desde pequena frequentava a Paróquia de São Pedro e se tornou devota do Santo. Ao se mudar para Palmas (TO) e pertencer à Paróquia de Santo Antônio, abraçou também a devoção por ele.
Publicado no Jornal do Evangelizador
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