Uma vida e muitas histórias surpreendentes! Nascida em uma família luterana na Suécia do século XIX, Maria Isabel Hesselblad teve um caminho incomum: entre dúvidas profundas, visões, milagres e a missão de restaurar uma ordem religiosa inteira, se tornou a segunda Santa do país após Santa Brígida de Vadstena. Ela foi uma mulher de fé inabalável, espírito contemplativo e amor pela unidade dos cristãos.
Desde a infância, Isabel se incomodava com a diversidade de crenças cristãs entre seus colegas. Em seus escritos autobiográficos, revelou ter sido profundamente tocada por uma passagem do Evangelho que fala do “único rebanho” que o Bom Pastor reunirá. Essa inquietação espiritual a acompanharia por toda a vida. Caminhando pelas paisagens abertas de Faglavik, sua terra natal, ouvia dentro de si uma promessa misteriosa: “um dia, descobriria a verdade sobre esse rebanho único”.
Aos 18 anos, mudou-se para os Estados Unidos para ajudar a família financeiramente. Quando trabalhava como enfermeira no Hospital Roosevelt, Maria Isabel enfrentou um episódio extraordinário. Uma noite, por engano, ficou trancada no necrotério, mas não entrou em pânico. Ela se pôs a rezar junto aos corpos. Sentada ao lado de um jovem declarado morto por ataque cardíaco, percebeu que ele respirava levemente. Seguindo seu instinto e sua fé, o cobriu com suas roupas e o manteve aquecido a noite toda. Ao amanhecer, o “morto” estava vivo.
Nos EUA, teve como diretor espiritual o jesuíta Pe. Johann Hagen, que a batizou bem no dia da Assunção de Nossa Senhora, em 1902. No ano seguinte, retornou à Europa. Após visitar a família na Suécia, seguiu para Roma e se hospedou na antiga casa de Santa Brígida, então ocupada pelas Carmelitas. Com uma permissão especial do Papa Pio X, vestiu o hábito das Brigidinas e se dedicou a seguir a espiritualidade da fundadora.
Ali, compreendeu sua vocação: restaurar a Ordem de Santa Brígida, com respeito à sua tradição contemplativa e litúrgica, com adaptação aos tempos modernos. A missão começaria oficialmente em 1911.
Isabel acrescentou ao seu nome o de Nossa Senhora e começou a obra de restauração da ordem em sua terra natal. Em 1923, conseguiu estabelecer uma casa em Djursholm; em 1935, em Vadstena, berço da antiga ordem. Ainda se tornou símbolo da caridade cristã: durante a Segunda Guerra Mundial, ela e suas irmãs acolheram judeus perseguidos e transformaram o convento em um centro de distribuição de alimentos e roupas.
Santa Maria Isabel faleceu em Roma, em 1957. Foi beatificada durante o Grande Jubileu de 2000 e canonizada pelo Papa Francisco em 2016.
Uma das orações mais bonitas que escreveu foi entregue à sua avó antes de retornar aos Estados Unidos, em 1903:
“Eu vos adoro, grande prodígio do céu,
por dar-me alimento espiritual em vestes terrenas! Vós me consolais nos momentos obscuros, quando se dissipam em mim todas as esperanças! Ao coração de Jesus, junto ao balaústre do altar, estarei unida, eternamente, por amor.”
“Ao seu tempo, haverá um só pastor e um só rebanho. Dai-nos, querida santa, o amor e o trabalho pela unidade das nossas comunidades e da Igreja, a fim de que Cristo reine sobre tudo e sobre todos.”
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