As mulheres são a maioria da população do Brasil e, no mercado de trabalho, os números femininos também se destacam. A presença feminina nesse setor cresce e predomina ainda mais quando se trata de empreender. É comum que tenhamos em nosso círculo social mulheres que empreendem em áreas diversas. Segundo o Sebrae, o Brasil é o 7º país com maior número de empreendedoras e, o Paraná, o 4º estado nesse ranking.
No mês das mulheres, o IDe+ elencou alguns temas importantes para a vida delas e, nesta terça, é a vez de falarmos da presença feminina no mercado de trabalho como empreendedoras.
Para muitas, empreender é uma oportunidade valiosa de recolocação no mercado, de crescimento profissional, de realização de sonhos pessoais e de independência econômica. Os fatores que conquistam as mulheres quanto a ideia de empreender e ainda, aqueles que fazem com que o universo do empreendedorismo seja dominado por elas, são diversos. É uma junção de aspectos que atrai mulheres jovens, chefes de família, profissionais em início de carreira ou com experiência.
Essa diversidade de oportunidades foi o que atraiu Luana Brandt para seu início na trajetória profissional. Bailarina, ela resolveu tornar seu amor pela dança em empresa e repassar seu conhecimento às crianças, através do Ateliê de Dança Luana Cândido, aberto quando ela tinha 18 anos.
“Nunca esteve nos meus planos empreender, na verdade, as coisas foram se apresentando e eu abracei a oportunidade como professora. A partir de então foi nascendo um sonho. Abri um MEI (Microempreendedor Individual) para minha escola de dança e, desde então, nunca parei: sempre dei aula e fiz muitos cursos de especialização. Fui crescendo e cheguei a atuar em quatro cidades diferentes que me permitiram muitas experiências e uma renda atrativa”, detalhou.
Atualmente com 28 anos, Luana foi uma das mulheres empreendedoras diretamente afetada pela pandemia. “Foram várias tentativas de dar aula online, até continuei por um ano com as alunas maiores, em 2020. Tentei seguir, mas com as turmas de alunas menores, eu não tive opção a não ser suspender devido às dificuldades técnicas de acesso à internet para todas, dificuldade com materiais e espaço para a dança em casa. Pela minha sanidade eu preferi suspender as turmas com crianças mais novas”.
Com as turmas que permaneceram, a criatividade feminina foi combustível para seguir por mais um período. “Com as alunas mais velhas, eu procurei novos métodos, convidando profissionais para falarem de suas experiências com teatro, dança. Mas, no início de 2021, eu não tive condições de saúde mental para seguir. Me desgastei e busquei outra fonte de renda como vendedora em uma loja da minha cidade. Agora, em 2022, me sinto melhor para buscar esse retorno empreendedor”, recordou Luana.
Esse movimento profissional feito pela professora ao buscar uma nova colocação no mercado como funcionária em uma loja e, atualmente, na busca pelo retorno ao meio empreendedor, a insere duplamente nos dados levantados pelo Sebrae sobre o setor recentemente. Segundo a pesquisa, 28% das mulheres estão nos setores de serviços (destaque: alojamento e alimentação) e comércio; e a participação feminina nos setores de Informação/Comunicação e Educação/Saúde tem crescido desde 2019, quando a pandemia começou.
Como principal desafio de empreender, a professora cita as demandas burocráticas e diversas funções pela qual, ser dona do próprio negócio, a faz percorrer sozinha.
“Empreender, ao mesmo tempo em que oferece muita liberdade de horário, maleabilidade para definir a organização, também nos deixa com todas as responsabilidades. As demandas burocráticas são um grande desafio, sempre foi o mais difícil para mim. Não temos a segurança que outras modalidades empregatícias têm. Como tudo na vida, são dois lados”.
Mas o desafio em nada diminui a realização e felicidade. “Eu fico muito feliz, me sinto muito honrada e realizada por conseguir manter esse sonho por tanto tempo. Acho um privilégio ser empreendedora, me sinto orgulhosa da minha trajetória. Sei que tudo que conquistei foi resultado do meu trabalho, da minha própria força”, avalia a professora que, agora, busca a retomada profissional nesta área.
“Estou em um retorno gradativo, mas muito esperançoso. Estou feliz em voltar para o que eu sempre estudei, mas não deixei meu outro trabalho na loja. Estou fazendo duas coisas ao mesmo tempo, como muitas empreendedoras que se reinventam e se desafiam”, destacou.
Como marca e representação do empreendedorismo feminino e das mulheres nos mercado de trabalho, está a coragem de Luana, que mostra mais uma vez a visão humanizada das mulheres nos negócios, a sensibilidade, a criatividade e a inovação das lideranças femininas.
“Me dei essa oportunidade de voltar porque tudo que eu tive e conquistei foi resultado da minha resiliência e a pandemia veio mostrar isso, mais uma vez”.
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