Você já deve ter ouvido que “errar é humano” e ainda que “perdoar é divino”. A máxima atribuída ao poeta londrino Alexander Pope, que viveu entre 1688-1744, é tão repetida, mas nem sempre refletida. Que o perdão é de Deus e deve ser buscado infinitamente, como mostra a Bíblia, muita gente já sabe, mas o que será que as Escrituras Sagradas falam sobre o erro? “Tudo bem” errar?
Para a construção dessa resposta, a Bíblia traz diversos exemplos. Alguns deles são bastante conhecidos e amados por quem busca compreendê-los. É o caso da Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15,11–32). Nela, Jesus conta sobre um filho que desperdiça sua herança e retorna arrependido para casa, onde é recebido com alegria e perdão por seu pai, que é criticado pela família, mas deixa o seu coração de portas abertas.
“Mas o pai disse aos seus servos: Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado”.
Em outra passagem, também bastante popular, o Senhor diz a frase que mudou para sempre a forma de ver as pessoas e seus comportamentos. No Evangelho de João 8,3-11, conhecemos a “Mulher Adúltera”. Jesus é confrontado por escribas e fariseus com uma mulher pega em adultério, e Ele responde com compaixão e sabedoria.
“Quando continuaram a interrogá-lo, ele se levantou e lhes disse: ‘Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela.’ (…) Jesus endireitou-se e perguntou-lhe: ‘Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou?’ ‘Ninguém, Senhor’, disse ela. Declarou Jesus: ‘Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado'”.
Foi nesse momento que o Messias trouxe a reflexão sobre o erro, que até hoje deve ser tão lembrada sempre que há o impulso de julgar o próximo antes de “amar o próximo”, como diz Seu mandamento (Mateus 22,37-39).
Erros graves aconteceram até mesmo entre aqueles com quem Jesus mais conviveu. São Pedro negou Jesus três vezes antes da crucificação, mas o apóstolo foi perdoado e restaurado por Cristo (Lucas 22,61-62, João 21,15-17).
Pessoas erram e até os Santos erraram em seus caminhos. Pode-se dizer então que errar é, sim, humano. Qual seria então o verdadeiro problema com o erro?
“Burrice”, diria a frase popular. Porém, é possível acrescentar muitos outros males que podem e devem acontecer com quem no erro persiste. Em Provérbios 28,13, temos a lembrança sobre a importância de confessar os erros. “Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia”.
Desde o início de Seu ministério, Jesus chamou as pessoas ao arrependimento: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (São Mateus 4,17). Ele disse ainda: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1 João 1,9).
Papa Bento XVI explicou que “o perdão não é uma negação do erro mas uma participação na cura e no amor transformador de Deus que reconcilia e restaura”.
Ou seja, errar é o humano, perdoar é divino e persistir no erro é “burrice”. Mas como acertar no dia a dia, identificar o erro, se perdoar e parar de tropeçar nos mesmos erros?
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