De tanto ouvirem, muitos chegam a acreditar que a Bíblia diz que o fruto proibido que Adão e Eva comeram era uma maçã. Mas o texto bíblico não identifica qual era a fruta, apenas fala do “fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2,16-17). O uso da maçã é uma construção simbólica posterior.
De acordo com texto da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, a associação da maçã ao fruto proibido nasce com São Jerônimo, tradutor da Bíblia para o latim. Ao traduzir o hebraico, ele teria usado a palavra malum, que em latim pode significar “maçã” e também “mal”. Essa coincidência linguística teria facilitado que, ao longo dos séculos, ouvintes e leitores passassem a imaginar que o fruto era justamente essa fruta.
Seguindo essa ideia, a tradução “latinizou” um significado que não estava explícito no original hebraico. No relato bíblico, o fruto permanece indefinido, e é o simbolismo da desobediência e do conhecimento do bem e do mal que importa mais do que a identificação da fruta em si.
A popularização da maçã como fruto proibido foi reforçada pela arte medieval e renascentista. Pintores europeus retratavam Adão e Eva segurando uma maçã, porque era uma fruta comum e visualmente reconhecível, embora o fruto como conhecemos hoje, segundo estudos, não existisse na época descrita na Bíblia, pois passou por várias adaptações genéticas e de cultivo.
Além disso, em várias culturas antigas, a maçã simbolizava conhecimento, tentação e imortalidade, o que ajudou a consolidar a ligação entre a fruta e o pecado original. Com o tempo, a imagem da maçã ficou tão naturalizada que poucos se lembram de questionar sua origem simbólica, mesmo que, como mostram fontes bíblicas e históricas, ela nunca tenha sido mencionada nas Escrituras.
Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.
Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.