Na história do cristianismo, alguns exemplos nos ensinaram o significado do perdão da forma mais profunda. Um deles é Estêvão, o primeiro mártir da Igreja. Sua história, narrada nos capítulos 6 e 7 do livro dos Atos dos Apóstolos, é um testemunho de fé, coragem e amor aos ensinamentos de Jesus Cristo.
Estêvão era um homem cheio de fé e do Espírito Santo, escolhido como um dos sete primeiros diáconos para atender às necessidades da comunidade cristã em Jerusalém e era fundamental na distribuição de alimentos aos necessitados. Também pregava com sabedoria e fervor. Sua dedicação a Cristo era tão forte que realizava milagres e sinais entre o povo.
No entanto, sua ousadia na pregação despertou a oposição de líderes religiosos, que o acusaram de blasfêmia contra Moisés e contra Deus. Estêvão foi levado ao Sinédrio, onde fez um discurso apaixonado, revisitou a história de Israel e destacou a resistência do povo à vontade divina. Ele acusou seus ouvintes de trair e assassinar o Justo, referindo-se a Jesus Cristo, o Messias prometido.
A coragem de Estêvão provocou a ira dos membros do Sinédrio, que o levaram para fora da cidade e o apedrejaram até a morte. Durante todo o momento de extremo sofrimento, Estêvão olhou para o céu e exclamou: “Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé, à direita de Deus” (Atos 7,56).
Mesmo em meio à violência, suas últimas palavras foram uma oração: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado” (Atos 7,60). Com isso, Estêvão repetiu o próprio Cristo, que na cruz pediu ao Pai que perdoasse seus algozes.
O ato de misericórdia é a essência do ensinamento cristão sobre o perdão: não guardar rancor, oferecer amor e intercessão até mesmo por aqueles que nos ferem.
Papa Francisco, em reflexões sobre o martírio de Estêvão, destacou que ele é um modelo para todos os cristãos.
“Somos chamados a aprender com ele a perdoar, perdoar sempre. E não é fácil, sabemo-lo. O perdão alarga o coração, gera partilha, oferece serenidade e paz”, afirmou o Pontífice.
O gesto de Estêvão mostra que perdoar não é um sinal de fraqueza, mas uma expressão de força espiritual e amor cristão. Seu exemplo nos ensina que o perdão transforma, cura e aproxima os corações de Deus.
O ato de Estêvão reflete o que Jesus pregou em diversas passagens bíblicas:
“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5,44).
“Perdoai, e sereis perdoados” (Lucas 6,37).
“Se perdoardes aos homens os seus pecados, também vosso Pai celeste vos perdoará” (Mateus 6,14).
Estêvão viveu esses ensinamentos plenamente, e demonstrou que o perdão não é apenas um ato: é um estado de espírito que transcende o sofrimento e reflete a graça divina.
Assim como Estêvão, somos chamados a perdoar e amar, mesmo diante de ofensas e perseguições. Que seu testemunho seja um convite para olharmos para o próximo com compaixão, seguindo o exemplo de Jesus Cristo, que nos incentivou a perdoar “setenta e sete vezes”.
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