“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor”: entenda essa mensagem bíblica

“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor”. Escrita em João 15, 1-8, é uma das metáforas mais conhecidas da Bíblia e seu significado principal aponta para o relacionamento com Cristo e a dependência do Senhor. Como explica a Irmã Maria Eugenia da Silva, da Congregação das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, Jesus é a Videira verdadeira, e cada pessoa forma seus ramos.

“Os ramos produtivos representam os verdadeiros seguidores de Cristo, que cultivam uma ligação íntima com Ele, ou seja, alimentam, cultivam sua espiritualidade, permanecem unidos a Jesus e consequentemente produzem frutos”, explica a freira.

Oito vezes a palavra permanecer

Uma curiosidade que atesta a importância da mensagem é que, nos oito versículos, Jesus utiliza oito vezes o verbo permanecer. Sem buscar essa ligação permanente com Cristo, a vida não tem sentido. Ou seja, torna-se infrutífera. Irmã Maria Eugenia continua essa metáfora ao esclarecer que assim como os ramos necessitam estar ligados ao tronco, à videira, para que assim possam receber a seiva e frutificar, cada filho de Deus precisa fortalecer essa ligação sem deixá-la quebrar. O ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer unido à videira: “Se não permanecerdes em mim, não podereis dar fruto, porque sem mim, nada podeis fazer”.

Irmã Maria Eugenia

“Jesus é a videira, e o Pai é o agricultor, o Pai cuida da videira podando-a. Só por meio da poda, que é sinal de cuidado para com as plantas, que os frutos em abundância hão de aparecer. Podar é tirar os ramos que aparecem e que só sugam a seiva da planta e não produzem frutos. Em nossa vida, os ramos da autossuficiência, do orgulho, da intolerância, da impaciência, do comodismo, das seguranças humanas podem estar sugando o nosso potencial de produzir frutos de paz, de justiça e de fraternidade, em nossa convivência familiar, na comunidade eclesial e na sociedade. Que tal fazermos um exame de consciência?”, ensina e convida Irmã Maria Eugenia.

Para entender como esse ensinamento está vivo no a dia a dia, é preciso se perguntar:

• Tenho consciência de que sou totalmente dependente de Deus?
• Na minha rotina diária, cultivo a minha espiritualidade?
• Há quanto tempo não me aproximo do Sacramento da reconciliação (confissão)?

Sobre esse último ponto aconselhado, a Religiosa acrescenta que o Sacramento é um meio eficaz, “por meio do qual o Pai, o agricultor de todas as vidas, faz as podas de tudo aquilo que as impede de ser ramos produtores na Sua vinha, que é o Seu Reino. Como dar frutos? Permanecendo unidos a Jesus, à Videira, recebendo a seiva da graça, as luzes do Espírito Santo, que constantemente são derramada em nossas vidas”, finaliza.

Na Bíblia: João 15, 1-8

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.

Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda.

Vocês já estão limpos, pela palavra que tenho falado.

Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto se não permanecerem em mim.

Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.

Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados.

Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e será concedido”.