O conselho do Apóstolo São Paulo, escrito há quase dois mil anos no Livro de Tessalonicenses (que dá título a este conteúdo), é bastante atual frente aos desafios da modernidade e tempos de inovações aceleradas. Quando se fala em Inteligência Artificial (IA), é difícil escolher ignorar seu uso, uma vez que está presente em diversos serviços e em ações que, muitas vezes, as pessoas não escolhem. Como avaliar esses avanços com base na fé?
A Igreja Católica não despreza a tecnologia, mas a analisa com profundidade e responsabilidade. A IA, em especial, tem sido objeto de reflexão ética desde os âmbitos mais altos da hierarquia eclesial. Paralelamente aos alertas sobre riscos como alienação e desigualdade, surge também o uso para promover a evangelização e facilitar o acesso à fé católica.
Sobre o tema, Dom Edson Oriolo, Bispo da Diocese de Leopoldina (MG) escreveu que “a integração da inteligência artificial com a vivência da fé e a revolução tecnológica pode enriquecer nossa experiência do encontro com o Bom Deus”. No entanto, ele lembrou os desafios éticos e comportamentais para que se tenha mais benefícios e seja possível a construção da civilização do amor.
O Catecismo da Igreja Católica apoia o uso de tecnologias como a IA quando promovem o bem comum e a dignidade da pessoa humana, feita à imagem e semelhança de Deus (CIC 1700). Ou seja, é preciso ter moderação e discernimento. Por isso, qualquer tecnologia deve servir para realçar, e jamais diminuir, essa dignidade fundamental.
Papa Leão XIV declarou que a IA constitui um dos maiores desafios éticos contemporâneos, capaz de ameaçar a dignidade humana, a justiça e o trabalho, se usada sem discernimento ou regulamentação justa. Ele vê na Igreja o papel de guia moral para enfrentar essa revolução tecnológica.
Em janeiro de 2025, foi publicada a nota doutrinária Antiqua et Nova, elaborada pelos Dicastérios para a Doutrina da Fé e para a Cultura e Educação. O documento analisa o relacionamento entre inteligência humana e artificial e aponta riscos e oportunidades em áreas como saúde, educação, trabalho e armas, destacando que:
É possível usar a IA com responsabilidade: o chatbot do Vatican News, a agência de notícias do Vaticano, por exemplo, responde a perguntas sobre o Papa, o Vaticano e a Igreja em vários idiomas, o que é uma importante iniciativa de comunicação e evangelização. Foi lançado ainda em 2017 como Pope Francis News.
Em 2018, o Vaticano sediou seu primeiro hackathon (maratona de programação) com equipes que desenvolveram projetos de software nas áreas de inclusão social, diálogo interreligioso e apoio a migrantes e refugiados.
Outro exemplo acontece no Brasil. O projeto Catequista Virtual, da plataforma Lux Mundi, usa IA para esclarecer dúvidas sobre fé com base no magistério católico.
Esse tema demanda reflexão constante e a busca pelas devidas orientações da Igreja. No portal IDe+, você encontra mais conteúdos que unem tecnologia e fé.
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Conteúdo adaptado do Espaço IDe+ no Jornal do Evangelizador – Ano XVIII – n° 217 – outubro/2025
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