Você já deve ter ouvido falar de exorcismo, certo? Exorcismo, de acordo com o catolicismo, quer dizer a expulsão de demônios ou livrar da influência demoníaca. A prática de exorcizar é aceita pela Igreja Católica e segue direcionamentos muito sérios. De acordo com o Catecismo (número 1673), a Igreja pode exigir, publicamente e com autoridade de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio.
No mesmo item do Catecismo, diz-se que: “o exorcismo é praticado durante a celebração do Batismo. O exorcismo solene, chamado de “grande exorcismo”, só pode ser praticado por um Sacerdote, com a permissão do Bispo”.
Padre Alceu Zembruski Schr explica que Jesus é quem autorizou a Igreja a ter poder e encargo de exorcizar. Mas que, para isso, é preciso cumprir regras estabelecidas e que é necessário agir com prudência. “Antes de acreditar que estou sendo vítima de uma ação extraordinária do demônio, faz-se necessário excluir todas as outras possibilidades. Para isso será fundamental a opinião de profissionais da saúde, médicos, psicólogos e psiquiatras”, destaca.
O Sacerdote completa destacando que pode ser muito perigoso acreditar que a pessoa está sendo vítima de uma ação demoníaca, sem antes excluir outras possibilidades. “Pois o pior demônio de se expulsar de alguém é aquele que somente está na cabeça de quem acreditou, não aceitando ajuda médica”, completa.
Padre Alceu explica como identificar os sinais de que uma pessoa que está com possessão demoníaca. Para identificação, usa o que está exposto no Ritual de Exorcismo:
Contudo, é preciso destacar que tais sinais são apenas indícios e que, da mesma maneira, também podem aparecer outros, sobretudo de ordem moral e espiritual. Eles incluem a aversão a Deus, ao Santíssimo nome de Jesus, à Bem-Aventurada Virgem Maria e aos Santos, à Igreja, à Palavra de Deus e imagens sacras.
A resposta para quando se deve procurar um exorcista passa, segundo o Sacerdote, pela exclusão de todas as possibilidades clínicas e, depois, a consulta com um pároco local, que pode fazer uma bênção ou uma oração de libertação.
“Havendo a necessidade de buscar o exorcista, deverá se dirigir até à Cúria diocesana para verificar se existe exorcista na Diocese. Se não existir nenhum Sacerdote nomeado pelo Bispo para esse ministério, deve-se marcar uma audiência com o próprio Bispo, pois ele é a autoridade maior dentro da Diocese e tem o poder de exorcizar ou nomear algum Sacerdote para auxiliá-lo nessa missão.
Outro ponto importante a destacar é que, segundo o mesmo Ritual de Exorcismo da Igreja Católica, a prática deve ser realizada em um oratório ou outro lugar adequado, longe de muitas pessoas e com a imagem do Crucifixo em destaque. O lugar também deve ter a imagem da Virgem Maria.
Por isso, a prática acontece geralmente no terreno da Igreja e não na casa das pessoas. “Para evitar que alguém não preparado e não autorizado venha a atender alguém da família, causando muitos males, será necessário primeiro ver junto à Cúria diocesana se realmente esse Sacerdote é autorizado a exercer esse ministério. Dirigir-se ao demônio sem ter a autorização oficial da Igreja é um ato de desobediência, que poderá trazer sérias consequências a esse Sacerdote ou pessoa que assim procede, como também a quem o procura”, afirma Padre Alceu.
O papel do exorcista dentro da comunidade é, de forma cuidadosa e com muita caridade, acolher quem diz estar sofrendo de ataques demoníacos. Dessa maneira, é preciso fazer isso com muito discernimento.
A última palavra, como explica o Padre, será sempre do exorcista, que uma vez tendo certeza moral de que se trata de uma possessão, inicia com o exorcismo maior.
“Mesmo não se tratando de uma possessão, o Sacerdote poderá fazer outras orações que ajudarão quem sofre. Muitas vezes, o papel do exorcista é convencer a pessoa de que ela precisa de ajuda médica, de auxílio psicológico e até mesmo de um bom tratamento psiquiátrico”, reforça.
Como há muito medo relacionado aos demônios, perguntamos ao Padre Alceu se há possibilidades de proteger a família desse mal invisível. Segundo ele, existe uma orientação contida na introdução geral do Ritual de Exorcismos para os fiéis libertados que diz o seguinte:
“Compete ao fiel libertado do tormento, sozinho ou com seus familiares, render graças a Deus pela paz alcançada. Além disso, seja estimulado a perseverar na oração, haurindo-a, sobretudo, da Sagrada Escritura, a frequentar os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia e, ainda, a levar uma vida cristã cheia de obras de caridade e amor fraterno para com todos.”
A recomendação do Ritual demonstra uma realidade para todos nós, não apenas para os libertos. Assim sendo, ser um católico sempre fiel à Doutrina, procurando levar a sério a vivência dos Sacramentos em sua totalidade, ajuda a manter a família longe do mal invisível.
“Viver no pecado é sempre estar vulnerável. Portanto, é preciso confessar regularmente, frequentar a Santa Missa dominical e nos dias santos de guarda, rezar o terço Mariano diariamente. E que a família seja o reflexo da família de Nazaré, vivendo num clima harmonioso, de muito diálogo, perdão mútuo e muita oração”, finaliza Padre Alceu.
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