“Falo de Jesus sem dizer o nome dEle”: a missão de Nicole Galdino como bailarina católica

“Falo de Jesus sem dizer o nome dEle”: a missão de Nicole Galdino como bailarina católica Fotos: arquivo pessoal

Os palcos e as salas de ensaio são o lugar onde Nicole Galdino encontra e revela a presença de Deus. Professora de balé e jazz, líder da Companhia de Artes da Colo de Deus e bailarina missionária que viaja o Brasil com a banda da comunidade, ela acredita que a arte pode ser um caminho de evangelização. A dança a faz feliz e é também um lugar de encontro com Deus. “Eu falo de Jesus sem dizer o nome dEle” é a frase destaque no seu perfil do Instagram, no qual se define como “bailarina católica” e tem quase 70 mil seguidores.

“Eu tento expor muito os meus pensamentos e as coisas que eu já aprendi a respeito do Ministério de Dança nas minhas redes sociais, justamente também para poder jorrar esse conhecimento, fazer cada vez mais as pessoas ficarem familiarizadas com essa forma de adorar, falar e atrair mais pessoas para Deus”, compartilha.

Casada desde 2023 com o escritor e influenciador católico Matheus Pinheiro, o Math, Nicole conta como o casal valoriza e vive a vida matrimonial e ela concilia suas atividades como professora e membro da comunidade Colo de Deus.

Rotina entre oração e dança

A bailarina divide sua semana entre aulas e vida comunitária. Professora de balé e jazz, ela leciona em dois lugares diferentes, no Departamento de Cultura de Jandaia do Sul (PR) e na academia. Para começar o dia, a prioridade é a oração.

“Eu acordo, faço as minhas orações pessoais, a minha regra de vida, porque eu sou membro da Colo de Deus. A minha manhã é mais dedicada a esse tempo de autocuidado: orar, fazer exercício físico, fazer o almoço. Almoço com meu marido, cuido das coisas da casa e depois vou trabalhar. Quando chego, a gente tem um momento junto também, e conseguimos, graças a Deus, fazer todas as refeições juntos. Esse é o nosso momento de conexão na rotina”.

A importância da arte na sua vida

A dança faz parte da história de Nicole desde muito cedo.

“Minha mãe brinca que desde o ventre dela eu já dançava, porque colocava o pé na costela dela quando estava grávida. Eu sempre quis ser bailarina. Era aquela criança que dançava todas as músicas de comerciais e vinhetas. Com sete ou oito anos, minha mãe me colocou em uma escola de balé mais estruturada e depois fiz audição para uma companhia da cidade, onde construí minha base técnica de balé contemporâneo. Mas a dança é um caminho muito difícil”.

O percurso teve momentos de dor e desânimo. Quando estava com uns 18 anos, teve uma frustração muito grande porque esperava ganhar uma bolsa para dançar em Nova Iorque, mas não conseguiu.

“E não somente essa situação, mas várias frustrações em festivais. Então eu disse: ‘quero ser uma pessoa normal, não quero ser artista’. Entrei na faculdade de Logística por pura frustração, mas logo percebi que não era o que eu queria. Entrei em crise existencial. Foi nessa época que conheci quem hoje é meu esposo, que já tinha uma vida missionária. Fui a um retiro de conversão e fui me encontrando com Jesus”, lembra.

Foto: arquivo pessoal

Essa experiência de fé deu um novo sentido à sua profissão.

“Eu amo muito dançar, então quando eu estou dançando, estou bem e feliz. Hoje, graças a esse caminho dentro da espiritualidade, da dança profética, desse propósito maior que é levar Jesus por meio da dança, eu acho que esse lugar curou muitas feridas que eu tinha com a dança em relação ao perfeccionismo, à frustração, ao complexo de inferioridade”.

Os sentimentos, ela explica, são muito relacionados à exigência que o balé impõe.

“Antes eu tinha um entendimento assim, ‘nossa, eu amo a dança, mas a dança não é pra mim’. Hoje eu tenho um entendimento diferente: ‘eu amo o que eu faço. Por mais que eu não seja a melhor, está tudo bem, porque eu amo aquilo que eu faço. O importante é o amor e a dedicação. Você pode, sim, multiplicar os seus talentos sem se machucar”, comemora a bailarina católica.

A dança como evangelização

O Ministério de Dança ainda é recente na vida eclesial, mas tem ganhado espaço. Nicole conta que antes tinha muita dificuldade e resistência de lideranças. Ela percebe, especialmente, a força que a dança tem de atrair a juventude.

“Acredito que por falta de informação e proximidade. Para tudo existe hora, ocasião e lugar. Eu não vejo problema em exercer esse ministério dentro da Igreja, porque jovens gostam e é um tipo de evangelização que atrai. A dança é também uma forma de comunicação, uma expressão artística como a música, para poder falar de Deus e ser de Deus”, conta.

 

O presente e os projetos

Nicole é líder da Companhia de Artes da Colo de Deus depois de ter liderado por anos o Ministério de Dança. Ela leciona para crianças, adolescentes e também tem uma turma de balé adulto. Além disso, é bailarina da banda da Colo de Deus, com quem viaja de sexta a domingo pelo Brasil e faz shows com a comunidade.

Os planos para o futuro incluem um projeto de formação:

“Tenho um projeto chamado Clube Mudanças, para ministros de dança católicos, que quero ampliar no próximo ano, com uma plataforma de aulas online, encontros e formações. É muito comum vermos pessoas que gostam de dançar dentro da Igreja, mas que não tiveram uma boa formação. Quero me colocar a serviço nesse lugar, com a experiência que tive. Esse é um projeto para 2026”, conta.

Inspirações e referências

As referências de Nicole vêm tanto do universo secular quanto do católico. “Meus filmes de referência que eu assistia na adolescência são ‘Sob a Luz da Fama’, ‘Ela Dança, Eu Danço’, ‘O Último Bailarino de Mao’, ‘Billy Elliot’. Eu sigo muitos bailarinos clássicos de companhias internacionais e também brasileiros. Uma inspiração técnica para mim é a Ingrid Silva, brasileira que dança em Nova Iorque. De ministros católicos, gosto muito da Nana Oliveira, do Obra Nova, e da Ariana Fidelis, da Comunidade Shalom”, compartilha Nicole.

Fotos: arquivo pessoal

 

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