Quando chega o mês de junho, o país inteiro, em especial a região Nordeste, se enfeita com bandeirinhas, acende fogueira, dança quadrilha e se delicia com os quitutes típicos. São as festas juninas, que movimentam o período com a realização de grandes eventos populares e reúnem multidões para celebrar Santo Antônio, São João e São Pedro.
Campina Grande, na Paraíba e Caruaru, em Pernambuco, disputam quem realiza o “maior São João do Mundo”. Todos os anos, a corrida pelo título é acirrada, com a realização de shows musicais que contam com artistas de renome nacional e várias outras atrações. No final das contas, quem sai ganhando mesmo com a disputa é o povo.
Atualmente, quem está à frente no ranking de maior festa junina do Brasil é a cidade paraibana de Campina Grande, de acordo com o Instituto RankBrasil, que em julho de 2022 entregou a comenda com o título ao prefeito do município. O público total registrado na edição do ano passado superou dois milhões de pessoas.
Campina Grande também ostenta o título de maior quadrilha junina do país, com a marca de 1.049 pares de dançarinos registrada ano passado – a primeira realizada depois da pandemia.
O São João de Campina Grande acontece no Parque do Povo, grande espaço urbano com área de aproximadamente 42 mil metros quadrados e com capacidade máxima de 120 mil pessoas. Uma grande estrutura é montada para a realização das festas, com shows, apresentações culturais, barracas de comidas típicas, parques de diversão, entre outras opções.
Este ano, o São João de Campina Grande completa 40 anos.
A cidade de Caruaru, no agreste pernambucano, é a maior “rival” de Campina Grande na disputa de maior festa junina do Brasil. Realiza um evento igualmente imponente, que atrai sempre grandes públicos, numa média de 1,5 milhão de pessoas a cada edição.
Desde de 1994, o São João de Caruaru é realizado no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga, complexo cultural com mais de 40 mil metros quadrados de área total. E assim como em Campina Grande, uma grande estrutura é montada para receber o público.
A cidade recebe milhares de turistas durante os dias de festa, o que movimenta a economia local e gera renda para toda uma cadeia produtiva. Para se ter uma ideia, segundo os organizadores, foram movimentados perto de R$ 600 milhões na economia da cidade.
De acordo com a prefeitura de Caruaru, no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga, principal polo do evento, a expectativa é de que o público seja superado em 2023.
Não só de Campina Grande e Caruaru vivem as festas juninas brasileiras. Mas apesar de a tradição ser mantida em todo o país, é no Nordeste onde é mais viva e forte. Está no sangue do povo nordestino dançar forró, comer canjica e pamonha, brincar quadrilha – todo um repertório de memórias afetivas refletidas nas chamas das fogueiras.
Em São Luiz do Maranhão, o forte das festividades juninas é o Bumba Meu Boi, com diversos grupos do gênero celebrando seus bois coloridos pela cidade. Na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, acontece o Cidade Junina, que atrai pessoas de estados vizinhos, principalmente do Ceará.
Uma das festas juninas mais conhecidas do estado de Sergipe acontece na cidade de Capela, a 67 quilômetros da capital Aracaju. Tem seu ápice no dia de São Pedro, com a tradicional Festa do Mastro.
• As festas juninas têm suas origens na cultura europeia da Idade Média e foram trazidas para o Brasil pelos colonizadores portugueses. Passaram por várias adaptações com a incorporação de tradições brasileiras.
• O São João é a segunda festa popular mais importante da cultura brasileira, fica atrás apenas do Carnaval.
• Símbolo maior das festas juninas, a fogueira tem origem em uma tradição de origem pagã, que comemorava o solstício de verão no hemisfério norte.
• No passado, em Portugal, as festas juninas eram chamadas de “Festas Joaninas”, em homenagem a São João Batista.
• Na Europa, alguns países mantêm as tradições juninas, entre eles Portugal, Alemanha, Noruega, Dinamarca e Polônia. Em comum com as nossas festas, a quadrilha, as fogueiras e a homenagem a São João.
• Antigamente, as imagens de São João, Santo Antônio e São Pedro eram pintadas em bandeiras e espalhadas como decoração das festas. Com o tempo, elas foram diminuindo gradativamente até chegar nas bandeirinhas pequenas e coloridas como conhecemos hoje.
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