Embora muitas pessoas aguardem esse momento com expectativa, várias outras acreditam que não será fácil abandonar as máscaras de proteção individual depois de dois anos com elas. Desde 2020, com a chegada da pandemia de Covid-19, convivemos com a obrigatoriedade nacional do uso de máscaras, que servem para nos proteger e também cuidar de quem tanto amamos.
Março representa um recomeço em todo o mundo, e muitos países, como a Inglaterra, já desobrigaram o uso de máscaras para todos os cidadãos. No Brasil, estados do Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Santa Catarina também flexibilizaram o uso de máscaras, mas apenas para crianças de até 12 anos de idade.
Desde o início da pandemia, poucas foram as oportunidades em que o uso de máscaras foi liberado. Em ambientes fechados, como escolas, a obrigatoriedade nunca deixou de existir. Por isso mesmo, é normal estarmos na dúvida: Será que liberar o uso de máscaras em crianças é uma boa ideia?
A infectologista pediátrica, Raquel Caleffi, que é mãe de duas crianças (2 e 5 anos), explica que a flexibilização do uso de máscaras em crianças de até 12 anos já vem sendo discutida pelas sociedades médicas há algum tempo.
Nas conclusões iniciais dos profissionais de saúde, a iniciativa pode ser considerada segura apenas quando já é observada uma redução significativa nas taxas de transmissão e, ao mesmo tempo, um avanço na vacinação e no controle de ambiente frequentado por crianças.
“Cidades em que as taxas de transmissão caíram significativamente estão mais seguras e podem começar a flexibilizar o uso das máscaras. Em outras onde as taxas estão ainda em níveis elevados devem evitar a medida”, complementa a infectologista.
Apesar da liberação, é comum não estar seguro com a medida. É por isso mesmo que a pediatra recomenda que a escolha deve ser dos pais e responsáveis, pensando de maneira individualizada para cada criança. Ou seja, caso você não tenha segurança de deixar seu filho andar sem máscaras, pode manter a máscara sem prejuízos ao desenvolvimento da criança. Por isso mesmo, Raquel explica que:
“Crianças com comorbidades ou com pais e/ou familiares com comorbidades em casa devem manter o uso de máscaras por mais um tempo, até que a pandemia efetivamente esteja sob controle”.
Cada estado brasileiro conta com uma taxa de transmissão diferente. Por isso mesmo, as medidas costumam ser direcionadas de acordo com esses números e podem ser revogadas em caso de aumento dos índices e novas variantes, por exemplo.
Para Raquel, o cuidado ainda é fundamental e passa, primeiramente, pela vacinação de toda a população. Além disso, manter a educação e boas práticas de saúde e higiene seguem como regra. Os cuidados para não se contaminar são similares aos que evitam a transmissão de outras doenças virais, como gripes, resfriados, viroses, etc. Lavar bem as mãos, higienizar superfícies, arejar bem ambientes, cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir, são algumas das dicas que devemos adotar como hábitos em nossas vidas, sendo adultos ou crianças.
Outra boa dica é usar máscaras de qualidade sempre que apresentar sintomas de tosse, coriza, febre, etc. A medida é eficaz para o controle de doenças e é comum em países orientais, tais como Japão, China e Coréia do Sul. Nesses locais, o uso de máscaras é normal em períodos de alta transmissão de gripe, por exemplo.
A infectologista alerta que mesmo que a flexibilização seja persistente, é preciso manter as taxas de vacinação em alta em todo o território nacional, pois é só com a população adulta e infantil vacinada que teremos o controle efetivo da pandemia.
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