Nascida em uma família pobre, no ano de 1218, no povoado de Monsagrati, próximo a Luca, na Itália, a jovem Zita de apenas 12 anos de idade começou a trabalhar como empregada doméstica em uma residência nobre. A labuta era árdua e trabalhava em troca apenas de comida, roupa e pela própria sobrevivência – o que hoje seria denominado de “situação análoga à escravidão”.
Zita sofria maus-tratos dos patrões e dos demais empregados da casa, que sentiam inveja da sua bondade e caridade com os pobres. Por isso, armavam ciladas contra ela. Mas sua fé inabalável, sua humildade e esperança a fizeram superar todas as dificuldades.
Santa Zita é considerada protetora das empregadas domésticas e sua história é celebrada pela Igreja Católica no dia 27 de abril, data de sua morte, em 1278. Sua generosidade e amor pelos pobres e sua vida de fé passaram a ser reconhecidos pelo povo de Luca, que começou a fazer romarias a seu túmulo após sua morte.
Também há relatos históricos de diversas graças alcançadas em seu nome. Outro fato que motivou o Papa Inocêncio XII a canonizá-la em 1696, foi o seu corpo ter sido encontrado intacto após exumação em 1580. Ele está exposto até hoje na Basílica de São Frediano, exatamente na cidade de Luca, na Itália.
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Os ciúmes que outros empregados sentiam pelo apreço que os patrões tinham por ela fez com que passasse por situações bem difíceis e provações. Chegou a ser acusada de desviar alimentos da despensa para doar aos pobres. Poderia não ser verdade, mas ela dificilmente conseguiria provar o contrário.
Quando o patriarca da mansão a questionou o que aparentava levar escondido no avental, Zita respondeu que eram flores e soltou o avental, espalhando-as pelo local inteiro até cobrirem seus pés. Essa passagem é uma das mais conhecidas e difundidas pelos devotos de Santa Zita.
A Santa trabalhou como empregada doméstica durante 30 anos e não recebia pagamento, a não ser o básico para a sua sobrevivência. Além disso, sofria pela maldade dos patrões e inveja dos demais empregados. Aconteceu no século XIII, mas poderia ser até uma história dos dias atuais, já que são crescentes, no mundo todo, os casos de trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão.
Um dos casos recentes no Brasil, que teve grande repercussão nacional, foi o de trabalhadores resgatados em vinícolas na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. As empresas foram autuadas pelo Ministério Público do Trabalho por danos morais individuais e coletivos e obrigadas a pagar uma indenização de R$ 7 milhões.
Ó Santa Zita, que no humilde trabalho doméstico soubestes ser solícita como foi Marta, quando servia a Jesus, em Betânia, e piedosa como Maria Madalena, aos pés do mesmo Jesus, ajudai-me a suportar com ânimo e paciência todos os sacrifícios que me impõem os meus trabalhos domésticos: ajudai-me a tratar as pessoas da família a que sirvo como se fossem meus irmãos.
Ó Deus, recebei o meu trabalho, o meu cansaço e as minhas tribulações, e pela intercessão de Santa Zita, dai-me forças para cumprir sempre meus deveres, para merecer o reconhecimento dos que sirvo e a recompensa eterna no céu. Santa Zita, ajudai-me. Santa Zita, rogai por nós.
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