Hoje, o tema seria outro, mas inspirada pelas celebrações do mês de maio, resolvi falar do papel que por muito tempo foi atribuído às mães na educação financeira das famílias. Sim! As mães têm, várias vezes, o olhar do todo e uma percepção aguçada, o que as permite serem excelentes gestoras dos recursos financeiros das suas vidas e das suas famílias. Ao contrário do que se pode pensar ser função dos pais.
Ressalto aqui que não é regra única. Somos capazes de exercer diferentes funções e complementarmos uns os dons dos outros a serviço de algo maior. A quem preferir, convido a substituir no restante do texto a palavra “mãe” por “responsável em promover ações financeiras na família”, assim, ampliamos as diferentes percepções, acolhemos as diversidades e incluímos a todos, independentemente de suas escolhas, gostos pessoais e como se veem nas suas relações familiares.
Na chamada economia doméstica, de modo geral, as mães cuidam das compras mensais, organizam as viagens de férias e estão à frente dos projetos de longo prazo da família. E independe se estão 100% comprometidas com as atividades das casas ou parcialmente por meio das organizações das tarefas das respectivas empregadas domésticas.
Existem estatísticas no Brasil especializadas na estrutura e comportamento das famílias, levando em consideração diferentes aspectos: consumo, gastos, rendimentos, variação patrimonial, região urbana e rural e outros. São feitas por amostragem, que considera uma fatia representativa e tecnicamente válida para estudar o público total em análise. Por exemplo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) possui a POF – Pesquisa de Orçamentos Familiares, que registrou no relatório 2017–2018 que 38% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, sendo apontado como um dos maiores desafios o de ter que organizar o orçamento doméstico sem perder o foco dos seus objetivos pessoais.
Destaco também a pesquisa recente no período de 7 a 15 de julho de 2020, realizada pela Febraban (Federação Brasileiras de Bancos), em parceria com a Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), que registrou que 56% das mulheres assumiram a função de administrar o orçamento doméstico na pandemia. Essa pesquisa foi realizada com 1,5 mil chefes de família, homens e mulheres responsáveis pelo sustento da casa (isoladamente ou de forma compartilhada), de todas as regiões do País.
Assim como constato nas mentorias de orientação financeira que realizo: pais e/ou mães entram com o dinheiro frutos dos seus trabalhos, mas em geral as mães assumem a função de cuidar da distribuição para as diferentes utilidades e realizações na sua família. Capazes de se reinventar e ajustar o orçamento mensal, conforme mudanças pontuais (os chamados imprevistos), a fim de garantir o bem-estar geral.
Costumo dizer que finanças é sobre ajustar com leveza ações no dia a dia para gerar o equilíbrio do todo. Penso que devido as mães serem as que gestam os filhos, no ventre ou no coração, são elas que trazem com essa função o dom de promover essa multiplicação dos recursos. Mas ressalto a importância da colaboração. Em outras palavras, muitas mães promovem, organizam e motivam os processos financeiros das suas famílias. Porém, realizá-los envolve a todos.
Mas se você é mãe e ainda não se identifica com esse papel, pode ser que o principal já exista na sua essência – o dom divino de ser a facilitadora da multiplicação, por meio do amor! E aí, me vem uma participação suave de Nossa Senhora no primeiro milagre de Jesus nas bodas de Caná: A mãe de Jesus lhe disse “Eles não têm vinho”. Jesus lhe respondeu: “[…] A minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei tudo o que ele vos disser!” (Jo 2,1-12).
Essa passagem da Bíblia é muito linda, suave e forte! E neste momento, sinto no meu coração que este artigo poderia ter sido em sua totalidade este texto sagrado. Mas Deus é pura misericórdia e age por intermédio de nós, como nessa homenagem que escrevi sob o olhar do meu conhecimento profissional, fazendo-nos perceber a integração com os seus ensinamentos. Obrigada, Senhor Jesus!
Parabéns, mães educadoras financeiras de suas famílias!
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