Seria um sinal de esperança em meio à tragédia? Em maio deste ano, o Rio Grande do Sul enfrentou a pior enchente da sua história. Entre os inúmeros relatos de destruição e perdas, uma imagem chamou a atenção e tem fortalecido a fé: a estátua de Nossa Senhora de Lourdes, que permaneceu intacta em meio aos destroços em São João do Polêsine, na região central do estado. A história dessa imagem é marcada pela resiliência da comunidade local e tem sua origem em outro momento de profunda tristeza.
A estátua de Nossa Senhora de Lourdes foi erguida há 83 anos, em 1941, como resultado de uma promessa feita após a maior cheia registrada até então no estado gaúcho, quando por muitos dias chuvas intensas causaram deslizamentos, soterramentos de casas, transbordamento de rios e devastação das plantações agrícolas na região do Vale Vêneto. Em resposta à calamidade, Padre Antônio Marin conclamou a comunidade a construir uma gruta dedicada a Nossa Senhora de Lourdes, como uma forma de buscar proteção e agradecer por sobreviverem à tragédia.
Desde então, a gruta se tornou um local de devoção e peregrinação. Romarias, procissões e momentos de oração foram realizados no local, com centenas de placas de graças alcançadas fixadas. Em maio de 2024, a região foi novamente assolada por uma enchente devastadora. Deslizamentos de terra destruíram boa parte da gruta. Surpreendentemente, a imagem de Nossa Senhora de Lourdes permaneceu intacta.
Em entrevista ao portal G1, a diretora voluntária do Museu Vale Vêneto, Jacinta Vizzotto, falou como essa proteção da Santa sempre foi importante para a comunidade e sobre os planos de construir o espaço sagrado novamente, para que possa receber mais pessoas.
Em São João do Polêsine, mais de 40 deslizamentos de morros foram registrados, e a lama invadiu construções, incluindo a gruta de Nossa Senhora de Lourdes.
Não foi apenas a imagem de Nossa Senhora de Lourdes que resistiu à força das águas. Em Cruzeiro do Sul, a igreja do bairro Passo Estrela foi destruída pela enchente do Rio Taquari, que devastou cerca de 600 casas. No entanto, uma imagem de quase três metros de altura de Nossa Senhora de Fátima sobreviveu. Ela caiu de costas, mas ficou voltada de frente para a comunidade. Apenas as mãos da imagem foram danificadas.
“Ela representa a fé, não só a fé católica, mas a fé das pessoas de um recomeço, porque a mãe de Deus ali permanece,” disse Padre Ezequiel Perin, responsável pela igreja do Passo Estrela ao portal GZH. O Sacerdote explicou que a comunidade planeja reconstruir o local, e criar um memorial para lembrar as vidas perdidas e manter viva a esperança.
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