Final de semana geralmente tem uma reunião familiar. Nesses dias, é comum promover a integração das pessoas com competições e brincadeiras de baralho ou de jogos de tabuleiro. Truco, canastra, pontinho, xadrez, damas… São inúmeras as possibilidades e jogos que muito brasileiro conhece. Mas será que esses jogos podem ser considerados pecado?
A Bíblia não condena jogos, mas assim como em tudo na vida, é preciso ter equilíbrio e observar quais são os objetivos da competição. Quando o jogo envolve dinheiro, leva a um vício, provoca comportamentos errados ou afeta a consciência e a família, certamente você está pecando. Isso porque tais atitudes afastam-nos de Deus e dos Seus ensinamentos.
A Organização Mundial da Saúde considera um distúrbio em games uma realidade mundial. A OMS explica que o problema é considerado de saúde quando a pessoa perde o controle sobre o tempo de jogo, sobre a prioridade de sua vida em relação aos jogos e a decisão de jogar passa a trazer consequências negativas para o cotidiano, incluindo relacionamento e socialização.
Dessa forma, além de ser considerada uma doença, a prática excessiva de jogos também se consolida como um pecado. Afinal de contas, o vício domina o ser humano.
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (Coríntios 6,12).
O que a passagem demonstra é que os jogos se tornam um problema quando passam a dominar a pessoa.
Além disso, a Bíblia também nos ensina que devemos ser prudentes em relação ao dinheiro e, portanto, participar de jogos com aposta em dinheiro não é uma forma prudente de cuidar dos seus bens. O motivo? Os jogos não são feitos para que alguém ganhe dinheiro, mas para achar que pode ganhar e assim continue na disputa.
Já sobre os jogos de tabuleiro, como xadrez, damas, etc, o pensamento é o mesmo. Desde que não sejam praticados com a intenção de obter vantagens ou lucros, podem ser praticados – e essas modalidades são, inclusive, autorizadas no país.
Sobre as loterias, algumas também são legalizadas, como é o caso da Mega Sena, Lotofácil, entre outras. A Igreja Católica acredita que, desde que não sejam feitas fraudes, porque isso significa enganar e iludir as pessoas, e também que não se tenham recompensas altas, elas podem não ser consideradas pecado.
A legislação brasileira condenava os chamados jogos de azar há mais de 80 anos. Em fevereiro de 2022, a Câmara dos Deputados deliberou novamente sobre o tema, permitindo a prática de algumas modalidades relacionadas aos jogos com tributação sobre a atividade. Entre elas estão os cassinos, bingos, jogos do bicho e apostas esportivas.
No entanto, a legislação ainda segue em construção, pois algumas das modalidades requerem textos legislativos específicos, como é o caso do Jogo do Bicho, por exemplo, e o texto precisa ser aprovado também no Senado Federal e pelo Presidente da República antes de entrar em vigor.
A Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB(, em resposta à tramitação do projeto de lei no Congresso, se manifestou contrária à aprovação da mesma. Em nota disse:
“Cabe-nos, por razões éticas e evangélicas, alertar que o jogo de azar traz consigo irreparáveis prejuízos morais, sociais e, particularmente, familiares. Além disso, o jogo compulsivo é considerado uma patologia no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde. O sistema altamente lucrativo dos jogos de azar tem sua face mais perversa na pessoa que sofre dessa compulsão”, disseram os bispos.
A mesma nota fez um apelo aos deputados e senadores, solicitando que rejeitassem o projeto porque, caso contrário, milhares de famílias poderão ser destruídas.
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