Junho é o mês da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa

Junho é o mês da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa

O dia 15 de junho é marcado como dia mundial de conscientização da violência contra a pessoa idosa. A iniciativa foi proposta pela ONU a fim de mobilizar as pessoas a  refletirem sobre o tratamento que estamos dando às pessoas com mais de 60 anos. 

Respeito, compreensão, paciência, sabedoria, amor e carinho são algumas das qualidades mais presentes na vida das pessoas idosas. Com tanta experiência, ensinar é parte constante de seu vocabulário.  Depois de viverem e enfrentarem todas as tempestades do caminho, desfrutar de uma velhice tranquila é o mínimo que se pode oferecer em troca. 

Crianças e jovens têm o tempo a seu favor. Desse modo, podem ver como o tempo passa vagarosamente e aproveitam os detalhes do que acontece cotidianamente. Para os mais experientes, o tempo é mais rápido e insiste em apressar o que acontece. 

“Os anos de nossas vidas chegam a setenta, ou oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos!”(Salmos, 90:10)

O tempo realmente voa para quem está na terceira idade. Mesmo com o tempo passando tão depressa, a memória da pessoa mais experiente ainda é jovem, e isso faz toda a diferença tanto para eles quanto para a família que os cerca. 

“Quanto mais vivemos, mais eternidade criamos dentro de nós”, afirma o Padre Reginaldo Manzotti. 

A frase significa que a memória é a representação de tudo o que construímos ao longo de nossa jornada, mas a memória permanece sempre jovem. Mesmo aos 80 anos, lembramos com facilidade dos filhos ainda crianças, da rotina de trabalho e amizades. Também tem aquela lembrança da casa cheia, das histórias ao cair da noite, daquilo que mais amamos e eternizamos em nossos corações.

Somos o resultado de todos os afetos que fomos construindo ao longo da vida, do mesmo modo que somos o resultado das memórias de outras pessoas que passaram por nós. As pessoas idosas podem ensinar muito aos mais jovens, tanto no sentido profissional quanto no emocional e afetivo. 

Até quando deixamos de existir, a memória da nossa existência seguirá presente na mente de quem nos amava – como parte viva da história de quem tanto fez pela família. 

 

Amar é estar próximo

Durante a pandemia de Covid-19, as denúncias de violência contra idosos cresceram significativamente no Brasil, passando de 48,5 para 77 mil (entre os anos de 2019 e 2020). Um dos motivos foi a necessidade de isolamento domiciliar, forçando idosos a morar com familiares próximos em ambientes distintos e com todos confinados, aumentando tensões e preocupações internas. 

Toda família tem pedras pelo caminho! Brigar com o outro não resolve a situação, porque é esperado da família o conforto, amor e carinho. Mesmo diante de momentos muito difíceis, como a própria doença, é o amor familiar que conseguirá enfrentar as dores e dificuldades do caminho. 

Na velhice, o amparo familiar é fundamental. Na convivência, é preciso exercer a paciência e a compreensão, pois a violência só agrava o que já não está bom. O amor aos pais e avós deve basear todas as relações da humanidade. 

Em Êxodo (20:10) está exposto que devemos honrar pais e mães, a fim de ter uma vida longa na terra, a qual Deus nos dá.

Ao não respeitar os idosos, você automaticamente está desrespeitando toda a sua existência, porque é por causa deles que tens o dom da vida e a base de seu conhecimento. Quantas vezes não ouvimos pais e avós por acreditar que eles estão desatualizados ou não compreendem os problemas? Esquecemos, na grande maioria das vezes, que eles também enfrentaram grandes dores e sabem as lições do caminho. Vem deles os conselhos mais sinceros e amigáveis, porque eles sabem e compreendem o verdadeiro sentido do amor. 

“Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele, aquele que os sustentará. Eu os fiz e os levarei; Eu os sustentarei e eu os salvarei”(Isaías, 46:4)

 

Violência contra idosos cresce

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que até o ano de 2050, o Brasil terá mais de 76 milhões de pessoas com mais de 60 anos, ou seja, cerca de 30% da população nacional será idosa. Hoje, o número não passa dos 38 milhões. Os dados demonstram que a população nacional está envelhecendo e que chegaremos a índices altos em pouco tempo. 

Apesar dos números estarem em crescimento, é comum vermos em notícias e/ou conversas, atos de descriminação, preconceito e até mesmo violência contra idosos. 

Durante a pandemia de Covid-19, as denúncias de violência contra idosos cresceram significativamente no Brasil, passando de 48,5 para 77 mil (entre os anos de 2019 e 2020). Um dos motivos foi a necessidade de isolamento domiciliar, forçando idosos a morar com familiares próximos em ambientes distintos e com todos confinados, aumentando tensões e preocupações internas. 

O dia 15 de junho é marcado como dia mundial de conscientização da violência contra a pessoa idosa, em uma iniciativa proposta pela ONU para mobilizar as pessoas a  refletirem sobre o tratamento que estamos dando às pessoas com mais de 60 anos. 

 

Tipos de violência contra idosos

O §1º do Art. 19 do Estatuto do Idoso prevê que é considerada violência contra o idoso qualquer ação ou omissão, realizada tanto no ambiente público quanto privado, que cause ao indivíduo dano ou sofrimento físico ou psicológico. 

Isso significa que não apenas a agressão é considerada crime, mas sim todas as práticas que causem constrangimento ou dano emocional, tal como ofensas, xingamentos e ameaças.  

De acordo com a advogada Tatyana Casarino, idosos precisam conhecer seus direitos e os tipos de violência para conseguir romper com o ciclo. “Considerando a vulnerabilidade da condição dos idosos e até mesmo certa “inocência” deles, é preciso divulgar que a violência sempre terá caráter de crime e nunca será algo “normal” mesmo quando cometida por um conhecido ou familiar”. 

Outra forma de violência existente é a patrimonial, na qual os idosos não recebem, por exemplo, o dinheiro de sua aposentadoria, ou têm confiscado valores e bens materiais que conquistaram durante toda a sua vida, como suas próprias casas.  

A advogada comenta que muitas vezes, idosos não conseguem mais morar sozinhos, por problemas de saúde, por exemplo. Nesses casos, conforme exposto no artigo 37 do Estatuto do Idoso, a pessoa idosa tem direito à moradia digna, podendo ser em sua própria família ou desacompanhado de familiares, se o mesmo desejar assim. Portanto, não significa que a família poderá vender a casa do idoso sem o seu consentimento.

“A violência se torna ainda mais repugnante quando nasce dentro de casa ou brota daqueles que deveriam amar a pessoa idosa”, afirma Tatyana. 

 

Informação e denúncia

Conhecer os direitos é o primeiro passo para evitar a violência. Mas caso ela aconteça, é fundamental  saber onde e como denunciar. Tatyana explica que ao tomar consciência dos seus direitos, o idoso deve buscar assistência, seja ela de pessoas próximas e confiáveis ou então de pessoas com conhecimento jurídico. “Para quem não tem condições de pagar um advogado, existem serviços gratuitos de assistência jurídica nas Faculdades de Direito e também a Defensoria Pública”, comenta. 

Outra forma de procurar ajuda é denunciando,. Pelo Disque 100 você pode denunciar toda violência praticada contra a pessoa idosa. O telefone é um canal de atendimento 24 horas que recebe, analisa e encaminha denúncias de violação dos direitos humanos para os órgãos responsáveis. As ligações são gratuitas, anônimas e podem ser feitas de qualquer telefone fixo ou celular.

Outra possibilidade é enviar uma mensagem (via aplicativo WhatsApp) para o número (61) 99656-5008, que é o contato oficial da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos criado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para receber mensagens de todo o país.

O desconhecimento das políticas de enfrentamento e combate à violência contra o idoso dificultam a compreensão de que este é um problema grave em nossa sociedade. Prestar atenção aos detalhes e aos idosos faz toda a diferença.

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