“Pai e mestre da juventude, foste um modelo e espelho do Bom Pastor, sinal do amor paterno de Deus para conosco. Cuidai e preenchei o coração dos órfãos, das carências familiares afetivas e efetivas, seja nosso pai e protetor. Rogai para que outros também o imitem na mesma paternidade e bondade. Amém.”
A oração de São João Dom Bosco, que é celebrado pela Igreja no dia 31 de janeiro, reflete sua dedicação e vocação, presentes em quem se espelha na sua história como inspiração. Esse é o caso de Letícia Konoval, que desde a barriga da mãe participava das celebrações salesianas.
A mãe, que atuava na Igreja em diferentes frentes, como catequista, cantora, nos grupos de jovens e na Eucaristia, consagrou a filha a Dom Bosco e a Nossa Senhora Auxiliadora assim que engravidou. “Desde então eu tenho esse contato com os Salesianos de Dom Bosco. Mas foi só quando entrei na catequese que passei a conhecê-lo melhor”, comenta.
A história do Santo, a qual Letícia se refere, é cheia de muitas curiosidades e exemplos. Ele nasceu em Turim, na Itália, em 1815. Aos dois anos, perdeu seu pai e sofria com a violência do irmão. Ainda jovem, desejou ser sacerdote. Sua mãe, uma mulher humilde e de muita fé, o inspirou no testemunho de uma vida religiosa. Em 1835, entrou para o Seminário e ,em 1841, foi ordenado.
Anos mais tarde, em 1859, com ajuda do Papa Pio IX, fundou a Congregação dos Salesianos. Sob proteção de São Francisco de Sales, o espaço atendia jovens. Em catequeses e orientações, conseguia chegar à juventude de uma maneira lúdica e diferente. E essa dedicação rendeu a ele a proximidade com os jovens até os dias atuais.
Letícia cita que foi o Santo que a inspirou também em sua juventude. Aos 11 anos, já no movimento da Igreja, participou de um clubinho vocacional em uma Paróquia Salesiana. Junto a outros amigos, começou a se encantar pela história do padre que ajudava os jovens. “Pude conhecer mais sobre ele, me aprofundar na sua história, ver o quanto ele transformava a vida de pessoas por meio das brincadeiras”.
Dom Bosco era um homem muito carismático. Por ter sido um jovem com desafios e muitas dificuldades, sabia da necessidade dos mais novos e do poder da fé na vida deles. A relação tão presente na evangelização foi um marco para muitos que viviam ao lado dele e que seguem seus exemplos até hoje. Inclusive, no centenário de sua morte, São João Paulo II o declarou pai e mestre da juventude.
“Por esse olhar que ele tinha para juventude é que sou devota a ele. Eu olhava Dom Bosco, lia a história e via que ele fazia uma transformação na vida do jovem. Mas não do dia para a noite, de pouquinho em pouquinho, insistindo para que aquela pessoa fizesse da vida um lugar mais saudável. E acreditava naquele jovem”, constata Letícia.
Além disso, ela destaca também que foi a partir dessas histórias que começou a acreditar mais nos próximos e em si mesma. “Sempre que eu precisava, que eu pedia intercessão a ele, eu sempre fui muito bem atendida. Dom Bosco sempre intercedeu por mim”.
Dom Bosco é um exemplo para a pedagogia, pois ensinava e confiava no potencial do público ao qual se dedicava e estabeleceu a educação inclusiva. A partir da sua visão, não importa se essa criança vive em uma família ou se não tem uma, se é rica ou mora na rua, todas merecem atenção e têm capacidade de ir além.
Dom Bosco encontrava a felicidade e a esperança nas pequenas coisas, dando valor a gestos simples e demonstrações de afeto e cuidado. Letícia novamente reforça essa relação do Santo com o que aprendeu para a sua própria vida.
“É acreditar no jovem e fazer um caminho de santidade com ele. É acreditar e dizer: você tem potencial, você vai superar e vai ter sucesso na vida. Era isso que Dom Bosco fazia e no que eu me inspiro. Esse amor, esse cuidado, esse jovem como protagonista. Ele trazia essa inspiração de Deus, o que é ainda mais bonito”.
Aos 19 anos, ela tinha sido demitida do trabalho e precisava muito encontrar um novo. Letícia conta que o ano era 2015 e a Igreja celebrava o bicentenário de nascimento de Dom Bosco.
Para essa comemoração, uma imagem do Santo com uma relíquia estava passando em Guarapuava (PR), onde morava. “Eu estava bem nervosa por estar desempregada. Lembro que cheguei à igreja, fui perto do relicário e conversei com Ele. Disse: sempre rezo pelos meus jovens que atendo e acompanho, rezo pelos meninos do movimento para as ruas, mas hoje eu peço intercessão por mim, porque preciso muito do emprego”.
Uma amiga da Pascom fez uma foto desse momento. Durante a semana, mesmo sem emprego e sem dinheiro, usei meu carro com o pouco de gasolina que tinha ainda para levar a imagem e o relicário para várias pessoas. No dia da festa, 16 de agosto, ela pediu nova intercessão.
“Na segunda-feira recebi uma ligação da minha futura chefe, dizendo que era para eu levar o currículo. Ela sabia que eu precisava e pediu para que eu fosse fazer uma experiência. Eu fiquei na loja por dois anos. E eu vi o quanto Dom Bosco foi cuidadoso comigo durante todo esse tempo que eu fiquei lá”, conta a jovem.
Hoje, Letícia acredita também que Dom Bosco segue intercedendo muito por ela. E não é à toa. Há quatro anos, ela trabalha com a Pastoral Juvenil Salesiana, em Curitiba (PR). “Falar de Dom Bosco é falar de uma paixão que não tem explicação. Falar dele é falar da vida, de um amor profundo também a Deus“, finaliza a jovem.
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