A Apresentação do Senhor no Templo é um celebração cheia de significados para o povo de Deus, que acontece quarenta dias após o Natal. É tempo de reviver o momento em que a Sagrada Família se uniu a Simeão e a Ana no Templo de Jerusalém. Como está no Evangelho de São Lucas (2, 22-40), José seguia fielmente todas as regras da Lei judaica e os primogênitos tinham que ser apresentados a Deus nessa fase da vida. Naquela ocasião, o Menino Jesus foi reconhecido como a “Luz das nações”.
Conforme a Lei, Maria e José apresentaram Jesus no Templo no ato que simboliza o resgate do primogênito, uma tradição que, com o tempo, cedeu espaço ao serviço dos levitas no Templo. Simeão, movido pelo Espírito Santo, ao encontrar a Sagrada Família reconheceu no Menino a prometida consolação de Israel. Suas palavras proféticas anteciparam a chegada do Messias e o que Jesus passaria.
“Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor” (Ex 13,2); e para oferecerem o sacrifício prescrito pela Lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinho” (Cf. Lc 2, 22-24).
Como já escreveu Dom Orani Tempesta, cardeal e arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), Simeão aguardava a consolação de Israel. Ele dizia que não morreria sem antes ver o Messias que viria da parte de Deus. Quando encontrou Maria, José e o menino, ele segurou o menino nos braços e disse:
“Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel” (Cf. Lc 2,29-32).
Idosa e viúva, a profetisa Ana também reconheceu Jesus como o “esperado pelos gentios”. A sua compreensão foi além das aparências e demonstra a importância de ver além do óbvio e reconhecer a presença divina em quaisquer circunstâncias.
A festa da Apresentação do Senhor também é conhecida como a “Festa do Encontro”. Celebra a apresentação formal no Templo e o encontro de Jesus com Simeão e Ana, que representam o povo de Deus que, ao reconhecer a Luz, se prepara para a redenção.
A tradição da “bênção das velas” lembra que Jesus é a “Luz dos gentios/nações” e a festa das luzes simboliza a chegada da luz divina para iluminar as trevas do pecado. Desde o Advento, há o rito com as velas como símbolo da proximidade dessa Luz salvadora.
“No tempo do Advento quando nos preparamos para o Natal acendemos as velas da coroa do Advento, significando que a luz que é Jesus se aproxima. Na Vigília de Natal, durante o anúncio do Natal acendemos as nossas velas, para significar que a luz de Deus está entre nós e venceu as trevas. No rito da festa da celebração da Apresentação do Senhor somos convidados a acender nossas velas, ir até à porta da Igreja e entrar com nossas velas em procissão para significar que a luz de Deus está entre nós”, explica Dom Orani.
No Dia da Apresentação do Senhor, a Igreja convida a refletir sobre a Luz que veio ao mundo e sobre o chamado a ser testemunha dessa Luz no tempo em que se vive. Que assim como Simeão e Ana, todos possam reconhecer a presença de Deus em meio às contradições da vida e ser portadores ou mensageiros da Luz que ilumina as nações.
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