O câncer de mama é um dos mais frequentes entre mulheres. A detecção em estágio precoce é fundamental para aumentar as taxas de cura. Segundo a previsão do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 704 mil casos novos de câncer ao ano no triênio 2023-2025 e o segundo tipo mais incidente é o de mama feminina, que abrange 10,5% dos casos, atrás apenas do de pele não melanoma.
Nesse cenário, a prevenção, que inclui consultas regulares e a realização de exames como a mamografia, precisar fazer parte da rotina. Como explica o médico oncologista Écio Rosado Júnior, esse exame é capaz de detectar alterações pré-malignas e tumores da mama muito pequenos, algo que não é possível por meio do autoexame, por exemplo.
“De forma geral, recomendamos a realização de mamografia para todas as mulheres a partir dos 40 anos. Podemos antecipar a realização desse exame se houver algum sintoma que precise de investigação. A realização de mamografia de rastreio é de extrema importância para detecção do câncer de mama em estágio precoce e passível de cura”, explica o oncologista.
As recomendações da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e de Obstetrícia (Febrasgo) são de que a mamografia deve ser feita por toda mulher até, no mínimo, os 75 anos. De acordo com a avaliação médica, mesmo após essa idade, é possível que o exame ainda seja recomendado como rotina dos cuidados da saúde da mulher.
Em relação à periodicidade, a mamografia deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos, o que pode ter alterações, de acordo com casos específicos. Essa idade se deve ao fato do câncer de mama ser uma doença rara em mulheres jovens. A sua incidência aumenta com a idade e a maior parte dos casos ocorre a partir dos 50 anos. De acordo com o Inca, homens também desenvolvem a doença, mas a estimativa é que esse grupo represente apenas 1% de todos os casos.
Já mulheres com elevado risco para câncer de mama, devido a fatores como histórico familiar, precisam de avaliação e acompanhamento individualizado e a periodicidade do exame também pode ser alterada.
Uma dúvida recorrente é se quem tem prótese de silicone pode fazer o exame. Como explica o Portal Câncer de Mama Brasil, assinado por seis mastologistas, a mamografia para mulheres com prótese ou implante pode ser realizada normalmente. Porém, alguns cuidados devem ser tomados, para evitar danos à prótese e para que a mamografia seja mais assertiva, como informar sobre a presença do implante, dizer há quanto tempo tem a prótese e se há alguma queixa correlacionada. Normalmente, só se deve realizar mamografia após um ano que a prótese foi colocada.
Mulheres que estão amamentando também podem fazer mamografia. A realização deste exame é seguro para a lactação. Porém, pode ser necessária a realização de outros exames de imagem, como ultrassonografia, para auxiliar na triagem, já que as mamas das mulheres que aleitam possuem diferenças se comparadas com as mulheres que não amamentam e podem dificultar o diagnóstico. Já mulheres grávidas não podem fazer o exame.
Para realizar o exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é preciso procurar uma Unidade Básica de Saúde de referência para consulta e agendamento da mamografia de rastreamento. Aquelas que têm entre 40 a 49 anos, devem passar pelo exame clínico das mamas por profissional da saúde e a realização de mamografia só será indicada se existir a recomendação da equipe de saúde.
Já as que têm entre 50 a 69 anos, de acordo com as diretrizes do SUS, têm acesso à realização do exame de 2 em 2 anos, ou em intervalos menores, dependendo do resultado da mamografia anterior. Segundo dados de 2023 do Ministério da Saúde, o SUS conta com mais de 2,3 mil equipamentos desse tipo em uso, em todos os estados do país.
A mamografia é um tipo de Raio-X realizado em um aparelho chamado mamógrafo, que comprime a mama e gera imagens de alta qualidade capazes de revelar a existência de sinais precoces do câncer.
Os mitos e receios de realizar o exame precisam ser quebrados, pois é uma ferramenta fundamental para a obtenção de um diagnóstico ainda em fase inicial da doença. A compressão da mama é necessária para que o tecido da glândula mamária seja adequadamente espalhado e eventuais nódulos e microcalcificações sejam revelados.
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que autoriza a realização de exames de mamografia de rastreamento e diagnóstico em mulheres de 40 a 69 anos sem a necessidade de um pedido médico. Em caso de suspeita de câncer, os exames devem ser concluídos em até 30 dias. O projeto tramita em caráter conclusivo e aguarda análise das comissões de Saúde, Constituição e Justiça e de Cidadania.
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