Em maio, mês das mães e também de Nossa Senhora, a mãe de Jesus e de todos nós, somos convidados a refletir sobre suas virtudes, a nos inspirar por elas e buscá-las no dia a dia.
Por isso, temos um convite. Vamos contemplá-La como a “Virgem do Silêncio”? Vamos pensar na necessidade do silêncio para ouvir a voz de Deus, em um cenário tão barulhento, com tantas fake news, informação, dificuldades que por vezes parecem tão difíceis.
Maria foi a serva humilde que nunca atraiu para si mesma a atenção. Jamais se prevaleceu da condição de Mãe do Salvador e lembrava-se sempre de que tudo era dom de Deus. Encontramos, na Bíblia, pouquíssimas palavras pronunciadas por Ela. Seu nome também não é citado muitas vezes, mas constatamos amplamente a presença silenciosa de Maria em todos os acontecimentos importantes, especialmente aqueles relativos à vida de Seu Filho Jesus, desde o momento da Anunciação até o nascimento da Igreja.
Maria é modelo de fé e, sobre isso, Santo Agostinho disse:
“Mais bem-aventurada, pois, foi Maria em receber Cristo pela fé do que em conceber a carne de Cristo. A consanguinidade materna, de nada teria servido a Maria, se Ela não se tivesse sentido mais feliz em acolher Cristo no seu Coração, do que no seu seio”.
O Anjo a saúda: “Ave cheia de graça” (Lc 1,28), isto é, a plena da graça. Maria não contestou a Anunciação do Anjo; ao contrário, prontamente acreditou e docilmente consentiu a Encarnação do Verbo.
Foi movida por sua fé que, dando à luz ao Seu Filho num estábulo, acreditou que Ele era o Filho de Deus. E, quando o viu maltratado e crucificado, acreditou que estava diante do Salvador.
Maria guardou o segredo da filiação divina de Jesus, esperançosa de que José a compreenderia assim que o próprio Deus lhe explicasse.
Teve esperança em Deus quando precisou fugir para o Egito para salvar o Menino Jesus do extermínio imposto por Herodes aos recém-nascidos (Mt 2,13-14), e novamente durante as Bodas de Caná, ao pedir para fazerem o que Jesus dissesse (Jo 2,5).
Imitar a esperança de Maria é esperar em Deus, não se desesperar nem desanimar diante das dificuldades e sofrimentos.
Nossa Senhora era mãe, portanto, coloque-se no lugar d’Ela e tente imaginar o que sentiu ao ver Jesus sofrer o que sofreu. Mas, ainda assim, Ela se manteve firme, de pé aos pés da cruz.
É essa presença silenciosa na hora da dor que Maria nos dá como exemplo. Às vezes, deparamo-nos com pessoas que estão sofrendo, e não encontramos palavras que confortem. Contudo, nossa presença silenciosa é de grande ajuda, pois aquele que sofre sabe estar acompanhado em seu calvário.
Maria ensina-nos a perseverar, mantendo-nos firmes em meio aos sofrimentos.
A caridade sintetiza todas as virtudes, e Maria foi plena da caridade. Silenciosamente, ela amou intensa e perfeitamente, doando-se ao projeto do Reino.
O conceito de caridade com o próximo consiste em dar ao próximo aquilo que ele realmente precisa, e Maria agiu assim com quem conviveu. Com Isabel, quando soube de sua gravidez, dirigiu-se apressadamente às montanhas para visitá-la e ficar com ela (Lc 1,39-56).
Nas bodas de Caná, percebeu que o vinho era a necessidade dos noivos, e pediu ajuda ao Filho (Jo 2,3).
Maria nunca duvidou que Jesus era o Salvador. Ela que acolheu e soube aceitar a vontade do Senhor, na Encarnação, mesmo sem entender, no silêncio, guardando tudo em seu coração (Lc 2,51), nunca teve necessidade de provas para acreditar na Ressurreição. Confiou nas promessas de Deus.
Exercitar as virtudes de Maria, portanto, é o que nos torna bem-aventurados, cada vez mais próximos de Jesus e da santificação desejada por Deus para cada um de nós.
Em 2020, foi inaugurado o primeiro santuário dedicado à Virgem Maria do Silêncio, que tem como reitor o frei Emiliano Antenucci, capuchinho. Fica na igreja de São Francisco de Assis, localizada em Avezzano, na região italiana de Abruzzo.
O Papa Francisco deu a bênção para que os peregrinos e os fiéis possam prestar culto público a essa dedicação mariana especial, cujos dons são um modelo para realizar as obras de misericórdia em silêncio, em segredo, sem se vangloriar de nada.
Frei Antenucci levou ao Papa Francisco, também no ano passado, a cópia original do ícone da Virgem do Silêncio: a Mãe de Deus coloca o dedo nos lábios com um gesto que nos convida a permanecer em silêncio.
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