Memórias (póstumas) das experiências que vivemos

Memórias (póstumas) das experiências que vivemos

A vida mudou… Vivemos sob restrições e (im)possibilidades há mais de um ano. Como se não bastasse as que a vida inevitavelmente nos impõe. Apostamos na regeneração com esperança de algum retorno do que era vivido até então. Haja força para tamanha perseverança!

O coronavírus deu a sua largada; atravessou continentes de forma rápida e violenta e, em disparo, trouxe danos severos à humanidade. Sem dúvidas, as sequelas econômicas, sociais, políticas e emocionais já são incalculáveis.

Acompanhamos a incessante sequência de notícias que aceleram os corações e ativam o senso de proteção. Apesar de muitos estarem resistentes, continuamos na expectativa de sairmos dessa realmente sobreviventes!

Sem encontros, sem abraços, sem afetos necessários, sem partilhas, sem novas experiências em conjunto. Sem pai, sem mãe, sem irmãos, marido, esposa, filhos, tios, amigos e parentes. Sem tanto, aguardando os reencontros e nos despedindo dos que não regridem mais. Muitos se foram!

São muitas as inquietações advindas da pandemia… Difícil prever os resultados de tudo isso e muito mais. De alguma forma, estamos cientes das inquietações, expectativas, vazios e tristeza gerados nos seres que somos; desprogramados a lidar com a falta. De forma individual, subjetiva e/ou coletiva, vamos entendendo o que nos assola em meio aos desprazeres da realidade que impera.

Realidade esta, que alguns assumem a (ir)responsabilidade de negá-la. E, os efeitos são trágicos para todos.

Que, apesar das angústias, sejamos capazes de olhar para o todo. Cuidarmos de si e do outro. Que estejamos atentos às nossas necessidades, sejam elas de qual ordem for… Física, social, emocional, espiritual, financeira, etc. Que a busca por ajuda não seja interpretada como o senso comum classifica, “fraqueza”. Mas sim, como uma iniciativa ética com o que é seu, com o que é nosso. A travessia é para todos!

No mais, aguardemos o que virá. Mesmo que estejamos aguardando os novos tempos que jamais serão os mesmos…

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