Meus filhos cresceram e saíram de casa. E agora?

Risos, brigas, convívio diário e longos almoços dominicais. Um dia a casa está cheia e, no outro, os filhos escolhem o rumo da própria vida: vão estudar fora, se casam, mudam-se da casa dos pais. A rotina do lar, que antes envolvia toda a família, volta-se apenas para o casal ou um dos pais, que terão que se adaptar à ausência diária dos filhos.

Em muitos casos, sem saber lidar com a situação, os pais desenvolvem a “Síndrome do Ninho Vazio”.

O que é a síndrome do ninho vazio?

A síndrome do ninho vazio é uma condição psicológica. Por isso, pode acarretar sintomas como crises de depressão e ansiedade. Além disso, medo, raiva e culpa são emoções que igualmente estão ligadas à saída dos filhos de casa. O psicólogo Akim Neto explica que também pode haver desentendimentos entre pais e filhos.

“É possível existir brigas e discussões. “Conversas” sobre limites e maturidade também são constantes”, explica. Ainda segundo o psicólogo, “esta síndrome ocorre quando o casal (marido e mulher) não tem uma estrutura bem formada e acabam se apegando demais aos filhos e seus papéis de pais (pai e mãe).”

Filhos também sofrem

A “Síndrome do Ninho Vazio” também pode afetar os filhos. Isso acontece porque, de acordo com Akim Neto, seja por culpa ou por ligação emocional, os jovens adultos podem sentir-se culpados com a tentativa de independência e acabam se autossabotando. Para superar a síndrome do ninho vazio é necessário que os pais percebam que os filhos cresceram e são adultos.

“É importante aprender a lidar com a perspectiva de que ele irá crescer. Ser pai de filho pequeno é diferente de ser pai de filho adulto. Uma revisão da identidade e limites do papel parental é necessária”, aconselha o psicólogo.

Ele alerta que esse conselho ajudará a vivenciar o momento da saída dos filhos de casa como um processo com alegria. Sabe o por quê? Porque demonstra-se que o filho cresceu e já é um adulto – e não medo. O casal deve se lembrar que antes de serem pais, são marido e mulher.