Muitos nunca ouviram falar (inclusive quem consome), mas existem relatos de milagres relacionados à cerveja desde a Idade Média. Um desses casos aconteceu com Santo Arnaldo, nascido na Áustria, onde a cultura da cerveja é muito forte.
Foi como Bispo da cidade de Metz, na França, que ele construiu seu caminho para a santidade, mas Santo Arnaldo ficou conhecido mesmo como o “Padroeiro dos Cervejeiros” e a ele são atribuídos milagres relacionados a essa bebida.
Conta-se que, em um de seus sermões, o Bispo Arnaldo – ou ainda Arnulfo ou Arnoldo, como também é chamado – aconselhou os fiéis a consumirem cerveja.
Isso porque uma grande peste acontecia na região, contaminando a água que era consumida pela população. Ele teria colocado um crucifixo sobre um tonel de cerveja, abençoado a bebida e, em seguida, pedido para que o povo consumisse apenas o que estava dentro. Assim foi feito e muitas vidas foram salvas. A partir dessa intuição abençoada de Santo Arnaldo, o ciclo de transmissão da doença foi cortado. Hoje sabemos que a fervura durante o processo de fabricação da cerveja mata micro-organismos que podem causar doenças.
Uma outra história atribuída a Santo Arnaldo aconteceu após a sua morte. Enquanto transferiam seu corpo do mosteiro onde faleceu para a Igreja dos Apóstolos, em Metz, decidiram parar em uma taberna para comprar cerveja, porém não havia suficiente para todos. Só havia uma garrafa. A cerveja então foi colocada em uma caneca, que não secou durante todo o traslado do corpo do santo, satisfazendo os presentes.
Arnaldo nasceu na Áustria, no ano de 580, em família nobre, e desde criança demonstrou vocação para seguir os caminhos de Deus. Ingressou em um monastério beneditino ainda muito jovem. Foi nomeado abade e, finalmente, Bispo de Metz, com apenas 32 anos.
Perto de morrer, decidiu se retirar para um mosteiro perto de Remiremont, no nordeste da França, onde faleceu em 16 de agosto de 640.
Até o início da Idade Média, a cerveja era produzida em casa e as mulheres eram as responsáveis pela fabricação.
Com os mosteiros, criou-se algo novo, que foi o aperfeiçoamento do sabor, da qualidade. A partir dos mosteiros, pensou-se em produzir a bebida em uma escala maior do que era habitual, já que antes só se produzia para uso doméstico.
A partir de então, a cerveja começou a ser fabricada em grande quantidade, para ser comercializada.
“Então, os mosteiros vão manter toda essa tradição da cerveja, porque ela já era considerada um alimento e também muito nutritiva. Atribuía-se grande valor e importância a essa bebida”, comentou Padre Mário Silva, da Arquidiocese da Paraíba, em entrevista concedida recentemente.
Ele acrescentou ainda algumas curiosidades, como o fato de as cervejas mais amargas ou as de menor qualidade serem dadas como castigo a alguns monges que não estivessem se comportando bem.
Outro fato contado pelo pároco paraibano é que, quando chegava o período da Quaresma, momento em que se pratica o jejum, alguns monges escolhiam como penitência tomar apenas cerveja de baixa qualidade e não buscar outros alimentos: “Passavam os dias da Quaresma apenas à base de cerveja”.
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