Miss Brasil emociona ao transformar passarela do Miss Universo em local de devoção mariana

Diante de milhões de espectadores, em um dos palcos mais assistidos do mundo, a piauiense Maria Gabriela Lacerda fez uma escolha que foi além da estética e da competição. Na madrugada de 19 de novembro, durante o desfile de trajes típicos do Miss Universo 2025, realizado em Bangkok, na Tailândia, a jovem de 22 anos não apenas representou o Brasil, mas também levou sua fé aos que acompanhavam o evento.

Vestida com um traje que homenageava Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, Gaby, como é conhecida, transformou aqueles breves minutos de passarela em um ato de testemunho. E fez isso como quem não esconde o que leva no coração.

A fé que sustenta

“Neste palco, eu não visto apenas um traje: eu visto a história, a fé e a identidade de um povo”, escreveu Maria Gabriela em suas redes sociais, ao explicar sua escolha.

Suas palavras revelaram algo mais profundo que uma estratégia de marketing ou um apelo folclórico: a essência de alguém que decidiu fazer de sua participação no concurso uma oportunidade para honrar à Virgem Maria, a quem é consagrada.

Católica, Maria Gabriela tem uma forte devoção por Nossa Senhora das Graças, mas sua homenagem foi à Padroeira do Brasil, como forma de unir sua religiosidade pessoal à devoção de milhões de brasileiros.

“É a fé que me sustenta. É a minha essência que se revela”, declarou, com a convicção de que não foi apenas a representação de um símbolo genérico ou de usar a religiosidade como elemento decorativo.

O estilista Mário Cezar Silva, responsável pela criação do traje, compartilhou o impacto que a proposta da miss causou nele: “Quando Gabi falou sobre homenagear Nossa Senhora Aparecida, senti um arrepio. Não era um tema… era um chamado.” Foram meses de trabalho manual, cada detalhe pensado para refletir o manto azul da Virgem, os raios de luz que a cercam, a coroa que expressa sua realeza espiritual.

Um testemunho que ecoa

A repercussão foi imediata. Nas redes sociais, católicos e não católicos comentaram a homenagem. Páginas católicas ao redor do planeta compartilharam o momento e destacaram a beleza de ver alguém transformar um evento secular em oportunidade de evangelização silenciosa. Foi ressaltada não apenas a beleza do traje, mas o significado espiritual do gesto.

“Hoje, enquanto caminho sob as luzes do Miss Universo, é o Brasil que caminha comigo”, escreveu Maria Gabriela, que carrega no peito a Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças, símbolo de sua confiança na intercessão maternal de Maria.

Com ela, foi um país de maioria católica, que há mais de 300 anos encontra em Nossa Senhora Aparecida um sinal de proteção e esperança. 

Embora não tenha avançado ao Top 12 do concurso, em que a grande vencedora foi a mexicana Fátima Bosch, Maria Gabriela alcançou o Top 30, resultado que coloca o Brasil novamente entre os destaques após quatro anos. Porém, mais que números e classificações, seu gesto retratou que é possível ser jovem, inserida no mundo e, ao mesmo tempo, dar testemunho de sua religiosidade.

Fé e ação social

Maria Gabriela é natural de Teresina, jornalista em formação, iniciou sua trajetória em concursos ainda adolescente e sempre manteve, segundo ela, seus valores pessoais como prioridade. No seu Instagram, com mais de 220 mil seguidores, compartilha sua rotina, trabalhos e, com frequência, sua fé católica.

É embaixadora da ONG Mães da Sé, organização que desde 1996 auxilia famílias na busca por pessoas desaparecidas.

Durante o Miss Universo Brasil 2025, quando foi questionada sobre que causa defenderia se vencesse, sua resposta foi direta:

“Queremos falar sobre pessoas desaparecidas, muitas vezes deixadas de lado pela própria lei e pela Justiça.”

A devoção mariana de Maria Gabriela não é apenas contemplativa e, a partir do compromisso com essa ação concreta, ela se faz presente junto aos que sofrem.

Sua participação no Miss Universo 2025, mesmo sem a conquista da coroa, ficou marcada como um dos momentos mais emocionantes e significativos da competição, não pelo glamour, mas pela autenticidade.