Visitar o Mosteiro de São Bento, em Salvador, Bahia, é fazer uma verdadeira viagem no tempo do Brasil Colônia. Ele é o primeiro mosteiro beneditino do Brasil e das Américas, e também o primeiro construído fora da Europa, pioneiro no Novo Mundo.
O Mosteiro de São Bento da Bahia, como é chamado, foi fundado no século XVII. Foi construído sobre a aldeia do caciquei Ipirú, que havia sido convertido ao cristianismo pelos padres jesuítas. O prédio foi erguido nos limites da cidade de São Salvador, onde havia uma capela em homenagem a São Sebastião.
Os monges beneditinos fundadores do mosteiro chegaram à Bahia em 1582 e se estabeleceram no terreno da capela. Já em 1584, embora fosse designada Abadia de São Sebastião da Bahia, o local passou a ser popularmente conhecido como Mosteiro de São Bento da Bahia, cujas características físicas e atividades começavam a ser estruturadas e definidas pelos monges e benfeitores.
Apesar de ter começado a ser construído a partir de 1582, grande parte de seu prédio claustral data de 1650-1700, principalmente as alas onde ficam as celas habitadas pelos monges beneditinos até os dias de hoje.
De acordo com o livro “Mosteiros Beneditinos”, dos autores Alicia Duhá Lose, Dom Gregório Paixão, Anna Paula Sandes de Oliveira, Gérsica Alves Sanches, com colaboração de Célia Marques Telles, com a consolidação do Mosteiro da Bahia, por volta de 1586, surgiram solicitações de novas fundações por parte da população de outras cidades da Colônia e os monges baianos partiram para fundar novos mosteiros nas cidades de Olinda (1586), Rio de Janeiro (1590) e São Paulo (1598).
O Mosteiro de São Bento da Bahia possui um rico acervo com mais de cinco mil peças de grande valor histórico, composto por documentos raros, manuscritos do século XVI em diante e obras sacras reunidas durante mais de 400 anos de existência. Há pinturas a óleo, peças de porcelanas e cristal, conjuntos de esculturas, peças de ourivesaria, prataria e paramentos, bem como itens de mobiliários executados ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX, além de uma biblioteca com 300 mil volumes.
Entre os documentos, os monges beneditinos guardam bulas papais, sermões, registros relativos à vida privada do Mosteiro, documentos de grandes personalidades, cartas de alforria de escravos, documentação de compra e venda de escravos e relativa às propriedades de toda a região metropolitana de Salvador, livros de pedidos de oração, entre outros.
Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.
Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.