Movimentar o corpo é importante para os idosos. E para os jovens também!

Nosso corpo é uma máquina projetada e programada para se mover. Afinal, fomos feitos para realizar atividades, aproveitando o que as nossas articulações e força muscular podem nos oferecer.

Mas se passarmos muito tempo sentados ou deitados, é como se diminuíssemos a nossa estabilidade e a força dos nossos músculos. Acabamos submetendo o nosso corpo a um sedentarismo atroz. É por isso que, independentemente da idade, a orientação de especialistas é a mesma: o importante mesmo é nos movimentarmos.

“Por passarmos muito tempo sentados ou, principalmente, deitados, os nossos músculos e articulações ficam sem o movimento adequado – que é contrair e relaxar a musculatura e movimentar a articulação. E isso pode gerar dores e o aumento de risco de lesões”, comenta a fisioterapeuta Jeane Régis.

Ela explica que a nossa coluna é a parte mais atingida pela sobrecarga e que precisa de mobilidade, principalmente a região da lombar. Ficar muito tempo na mesma posição, como esclarece, também pode gerar uma sobrecarga nos joelhos e nas articulações do quadril.

Não dá pra ficar parado

A fisioterapeuta recomenda se mexer sempre, fazer exercícios e alongamentos quando possível. Uma dica é evitar ter à mão objetos e outras coisas que precise no dia a dia, para que o movimento seja uma necessidade. Subir escadas, caminhar sempre que possível para pegar algo, entre outras atitudes corriqueiras, ajuda bastante.

Ao sinal de dores constantes, que vão e voltam, dores mais agudas, deve-se procurar um profissional da área, um ortopedista ou mesmo um fisioterapeuta de imediato, como orienta Jeane Régis.

“O fisioterapeuta hoje em dia é um profissional de primeiro contato. Então, um paciente sentindo dores pode ir diretamente fazer uma consulta com o fisioterapeuta. E aí, um especialista nessa área pode dar orientações e ajudar nesse processo, para não se tornar uma dor crônica”, recomenda ela.

Jovens x idosos

Jeane Régis comenta algo que  considera um tanto inusitado. Segundo ela, hoje em dia, os jovens passam muito mais tempo sentados ou deitados que os idosos.

“Eles já acordam jogando, procurando alguma coisa na internet, passam muito tempo no celular, na posição sentada ou deitada, o dia todo na cama assistindo à televisão e com o celular na mão”, comenta a profissional.

Já os mais velhos, analisa Jeane, têm o costume antigo, herdado da forma como foram criados, de não ficar parados. Acordam logo cedo, executam seus afazeres, sejam eles domésticos, cuidam de plantas. Então, dessa forma, acabam se mexendo mais.

Estratégias

Passar o dia inteiro no trabalho não é desculpa para não se mexer, como Jeane chama a atenção. Para os profissionais que trabalham sentados durante longos períodos, é importante criar estratégias para que, de tempos em tempos, façam uma pequena pausa e executem alguns alongamentos, para levantar e dar uma caminhada. E isso também vale para o home office.

“Muita gente hoje em dia trabalha em casa, aí já leva uma garrafinha de água pra perto…. Então, é tentar evitar essa garrafinha para poder ter esse tempo de levantar e ir até um bebedouro ou geladeira, para que assim possa movimentar o corpo”, indica a fisioterapeuta.

Riscos da inatividade

É importante lembrar que exercícios físicos promovem o bem estar e ajudam na socialização. Porém, fica o alerta para os perigos que uma vida sedentária pode trazer:

– problemas musculares e nos ossos;

– diminuição da glicose muscular, ou seja, da reserva de energia local;

– piora na capacidade de controle do peso e do apetite;

– redução do processamento das gorduras e carboidratos;

– obesidade;

– associação com o risco de doenças cardiovasculares;

– depressão;

– aumento do risco de alguns tipos de câncer;

– perda da qualidade do sono;

– distúrbios metabólicos;

– limitação do transporte de proteínas;

– alteração dos hormônios sexuais;

– restrição da circulação sanguínea de todos os sistemas do corpo;

–  alteração da sensibilidade à insulina e funções vasculares;

– morte precoce por todas as causas.