Santo casamenteiro? De Lisboa ou de Pádua? Batizado de Fernando Bulhões, Santo Antônio era um frade franciscano, nascido em 1195 em Portugal, mas viveu durante a maior parte de sua vida em Pádua, na Itália. Nasceu em Lisboa, no dia 15 de agosto do ano de 1195, filho único e em uma família nobre e rica.
Desde cedo, era estudioso e muito concentrado. Aos 19 anos, contra a vontade do pai, entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, onde viveu por dois anos. Como continuava muito dedicado à busca por conhecimento, foi transferido para uma cidade na qual poderia estudar ainda mais, Coimbra, onde viveu por dez anos e foi ordenado sacerdote. Além da dedicação aos estudos, seu talento para a pregação da Palavra também começou a ser destaque em sua trajetória.
Friedrich Pacher (Szépmûvészeti Múzeum (Budapest, Hungary))
Em Coimbra, o Padre Antônio conheceu frades franciscanos e encantou-se pela dedicação ao Senhor e desapegos materiais. Resolveu então ser um deles. Inquieto pela vivência do Evangelho, pediu para ir pregá-lo no Marrocos. Porém, ao chegar ao país africano, não conseguiu avanços e adoeceu. Na sua viagem de volta a Portugal, porém, algo surpreendente aconteceu mostrando como Deus tem planos grandes e providenciais para todos.
O barco em que ele estava foi desviado para a Itália e acabou parando na região da Sicília, onde acontecia um encontro de mais de 5 mil frades franciscanos chamado Capítulo das Esteiras. Nesse momento de desvios divinos, Antônio conheceu outro santo também muito querido e popular, que foi determinante para o seu caminho: São Francisco de Assis, que logo reconheceu os dons daquele que passou a ser Frei Antônio e sabia que deveriam ser usados pelo bem das pessoas e disseminação dos ensinamentos cristãos. Desse modo, o novo Frei ficou responsável pela formação teológica dos irmãos do mosteiro.
Enviado a Roma para falar diretamente com o Papa Gregório IX sobre a Ordem Geral dos Franciscanos recebeu do Santo Padre elogios quanto à sua inteligência e foi chamado de “Arca do Testamento”. Algo muito bonito do comportamento do Frei Antônio é que o vasto conhecimento que adquiria era compartilhado com os irmãos do mosteiro e todas as pessoas que chegavam até ele. Assim, partilhou a Palavra e também a ele são atribuídos diversos milagres de cura.
Além disso, redigiu sermões, tratados sobre a Quaresma e os Evangelhos. Seus feitos são diversos mesmo com sua breve vida. Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália (por isso é também conhecido pelo nome dessa cidade), em 13 de junho de 1231 com apenas 36 anos. Sua canonização aconteceu 11 meses após a morte – o processo mais rápido de canonização da Igreja, que foi conduzida pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto, em 30 de maio de 1232. Missas, festejos populares e trezenas (corresponde a 13 dias de oração, que geralmente começam em 1º de junho) costumam ser realizados em homenagem ao Santo em diversas cidades do mundo.
Santo Antônio não registrou em seus sermões nada relacionado a casamentos, mas ficou conhecido como “Santo casamenteiro” devido à bondade e à solidariedade que sempre lhe foram características. Existem várias histórias que o relacionam a situações de matrimônio, mas o que se sabe é que Santo Antônio ajudava moças pobres a conseguir dotes e a montar enxoval, como costume à época, para que pudessem casar. Além dos casamentos, ele também é protetor das causas perdidas e dos pobres.
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