Até que ponto negar uma realidade difícil de se engolir pode ser saudável para você? É melhor agir assim ou lidar com a verdade? Infelizmente, não há como escapar das durezas da vida, pois ela é cheia de dificuldades e verdades dolorosas. Viver em uma bolha, fingindo que está tudo bem quando não está, é uma das fugas mais comuns que vemos na atualidade e, com toda certeza, isso não é nada saudável.
Muitas vezes, nossas mentes se utilizam de estratégias de defesas para esconder sentimentos e emoções complicados de assumir, o que nos traz diversas sensações e nos leva a cárceres emocionais muito complexos de nos esquivarmos. Em virtude das muitas distrações que estão ao nosso redor, deixar de lidar com uma situação que requer atenção, dedicação e zelo, é aparentemente muito mais confortável. Porém, nos remete a uma consequência muito mais doída.
Negar veementemente uma realidade desconfortável pode até ser uma medida momentaneamente indolor ou mais branda, mas “a conta chega”. Os resultados desse deslumbre fictício ao qual nos agarramos vêm com muito mais força e intensidade, e o pior, não estaremos preparados para lidar com isso. Assim, nos pegamos por muitas vezes sendo egoístas e irracionais, bem como pensando muito mais em nosso conforto em vez de nos ocuparmos com o que nos cabe de manifestação, com o que podemos encarar e lutar. É muito relaxante viver acreditando que está tudo bem e fingindo para si mesmo que tudo está como um mar de águas rasas e tranquilas. Contudo, há um alto preço a se pagar por essa negação.
É utopia dedicar-se a uma situação imaginada, a uma falácia criada por si próprio somente para seu melhor alívio e para seu melhor consolo. Aceitar a realidade da vida e acreditar que podemos sobreviver às dificuldades requer amadurecimento emocional e autoconhecimento. Além disso, nos eleva a um patamar de força espiritual.
Trazendo tais considerações aos ensinos bíblicos, na leitura de 2 Coríntios 12, 9-10 consta: “E disse-me: a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”. Com isso, sabermos lidar com nossas fraquezas, aceitar nossas dores e difíceis realidades e nos tornamos fortes aos olhos do nosso Senhor.
De igual forma, o escritor Augusto Cury sustenta que nos autossabotarmos nos torna carrascos e prisioneiros de nós mesmos, pois nos faz sermos algozes de nossa própria história. Logo, esclarece que precisamos ser fortes e resilientes, buscando aceitar as intempéries e superar os obstáculos da vida.
O pensador Sócrates afirmava: “conhece-te a ti mesmo”, mencionando, pois, que o autoconhecimento nos aproximava de Deus.
Assim, nos confortemos na graça de Deus, encaremos nossa realidade e mantenhamos a nossa fé. Busquemos nos conhecer, nos fortalecer e nos libertar das coisas que nos parecem impossíveis, pois a nossa força deve habitar no Altíssimo.
Rezemos por Nossa Senhora da Consolação, que frisa “vinde a mim todos que estais aflitos e eu os aliviarei” (Mt 11, 28). Sejamos fortes nas batalhas, caminhemos sabendo onde mora o nosso socorro e certos de que podemos superar quaisquer dificuldades, pois descansaremos na sombra do Onipotente.
Não fuja de suas realidades, seja forte, resiliente, paciente e espere em Deus. Saiba lidar com seus medos, seus anseios e contratempos. Está contigo um Deus que tudo pode!
Rezemos conforme Salmos 91, 1-9:
“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio. Pois Ele livrará você do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Ele o cobrirá com as suas penas, e, sob as suas asas, você estará seguro; a sua verdade é proteção e escudo. Você não terá medo do terror noturno, nem da flecha que voa de dia, nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Caiam mil ao seu lado, e dez mil à sua direita; você não será atingido. Somente com os seus olhos você contemplará e verá o castigo dos ímpios. Você disse: O Senhor é o meu refúgio. Você fez do Altíssimo a sua morada.”
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