Em 2 de abril, celebramos o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Para marcar a data, conheça a história do Thiago Figueiredo, de Blumenau (SC).
Os pais, Angela e Caetano, e a irmã mais velha, Marina, concordam: Thiago sempre gostou de ler e interagiu muito bem com os adultos. Angela é pedagoga com especialização em deficiência mental e havia percebido que o filho, em relação à filha mais velha, tinha mais de dificuldade em aprender algumas coisas básicas. “Sempre insistia até ele conseguir. Acredito que isso dificultou a percepção dos professores e terapeutas”, explica a mãe. “Nós, pais, sempre acreditamos que nossos filhos são únicos, que essas características fazem parte da personalidade”, complementa o pai.
“Sempre tive dificuldade em me relacionar com crianças da minha idade e fazer amigos. Conforme cresci, os problemas pioraram. Não curtia futebol como meus colegas, eu gostava de história. Quando cheguei à oitava série, havia perdido meus dois amigos e enfrentava bullying da turma”, lembra o rapaz. Nem os colegas e nem o próprio Thiago entendiam por que ele agia diferente. Os psicólogos que ele frequentou também não conseguiram diagnosticá-lo. Os pais e professores não compreendiam o que acontecia com Thiago.
Aos 14 anos, recebeu um ameaça dos colegas: iriam bater nele. A mãe foi ao colégio pedir ajuda e recebeu a indicação de um especialista. A família foi até Curitiba (PR) para que Thiago passasse pelos testes. No dia seguinte, receberam o diagnóstico: autismo leve. “Para mim a notícia veio como um luto, pois a gente planeja todo o futuro dos nossos filhos com o melhor que podemos dar e o médico nos mostrou poucas perspectivas de relacionamentos e futuro acadêmico. Resolvi me apegar em Deus e em Nossa Senhora Desatadora dos Nós, e começamos o resgate da família”, lembra a mãe.
Thiago foi para uma escola que o ajudou no aprendizado gramatical, matemático e no convívio social. “Arrumei um amigo, comecei o ensino médio em um novo colégio e o bullying diminuiu. Me livrei da depressão, fiz mais um amigo e melhorei meu relacionamento com a família”, conta Thiago com orgulho.
Hoje, aos 21 anos, ele é um exemplo de superação. Em 2016, foi aprovado no vestibular de Ciências Sociais da UFPR e, em 2017, começou também o curso superior de Economia na FAE. Para o futuro, ele deseja se tornar um empresário e viver em Blumenau. “Não me considero deficiente. Apesar de ter dificuldade de interação social, já melhorei muito em relação ao passado. Mudar é possível e as pessoas com autismo muitas vezes não sabem”, finaliza Thiago.
Thiago com a família no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe (Foto: Felipe Gusso)
A ONU (Organização das Nações Unidas), no fim de 2007, definiu todo 2 de abril como sendo o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (no original em inglês: World Autism Awareness Day), quando cartões-postais de todo o planeta se iluminam de azul — no Brasil, o mais famoso é o Cristo Redentor — para lembrar a data e chamar a atenção da mídia e da sociedade para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
O nome técnico oficial do autismo é Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Trata-se de uma condição de saúde caracterizada por déficit em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social e comportamento. Não há só um tipo de autismo, mas muitos subtipos, que se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de comprometimento — há desde pessoas com outras doenças e condições associadas (comorbidades), como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.
Confira a série da TV Evangelizar sobre o tema.
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