Além de celebrar as mães e Nossa Senhora, maio também é conhecido como o Mês das Noivas. É o período do ano escolhido por muitos casais para a realização dos seus casamentos. Para que os noivos cheguem até o altar preparados para a rotina da vida a dois, a Igreja Católica, por meio de suas pastorais da família, realiza cursos preparatórios para o matrimônio.
Quem explica é o Padre Valdir Cândido, coordenador arquidiocesano do Setor Família, da Arquidiocese de Natal, no Rio Grande do Norte.
De acordo com ele, esses cursos passaram a ter maior difusão e importância a partir do pontificado do Papa São João Paulo II, quando lançou, em 1980, a Encíclica Familiaris Consortio, que rege sobre a família, seu fundamento no Antigo Testamento e sobre o sacramento do matrimônio.
Noeliza Boddy Maciel, do Movimento Familiar Cristão de Curitiba, no Paraná, comenta que o curso antes do casamento e os encontros de alianças ou de corações após o sacramento são sempre importantes por trazerem um novo olhar para a vida a dois.
Segundo ela, pessoas com diferentes criações, às vezes de diferentes culturas, passam a entender melhor as questões do dia a dia: ceder, como às vezes necessário; a partilha de alegrias e angústias; e que todos passamos por essas experiências.
“O mais importante é que os casais se despertam para convidar efetivamente Deus para suas vidas e para o seu matrimônio e que, quando caminhamos de mãos dadas um com o outro e com Deus, tudo se transforma e se torna uma caminhada mais leve, de amor, alegria e respeito”, comenta Noeliza.
Entre os temas no conteúdo repassado para os casais durante o curso estão o reconhecimento dos valores cristãos, a devida distinção dos valores sociais, entre o que é comum e o que é normal, maior entendimento sobre Deus e seus ensinamentos, tais como o amor e o perdão.
“Aprender que o outro é diferente, que trouxe para o relacionamento uma bagagem e que precisamos reconhecer e respeitar essas diferenças. As escolhas que fazemos no dia a dia são, na maioria, as que mais impactam em nossa vida. Podemos dizer que somente 10% das coisas que nos acontecem não fazem parte das escolhas, assim precisamos pensar e decidir se queremos ter um dia bom ou não. Temos 90% a nosso favor. Este é o principal conteúdo que deve ser trabalhado, juntamente com outros assuntos pertinentes”, conta a integrante do Movimento Familiar Cristão.
Após a preparação do casal para o matrimônio e da celebração da união em si, as expectativas passam a girar em torno da noite de núpcias e dos primeiros dias de casados. Período que passamos a chamar de lua de mel. Mas será que a Bíblia diz algo sobre esse assunto?
O Padre Valdir Cândido afirma não haver uma interpretação da lua de mel na sagrada escritura tal qual temos hoje. Ele cita que, de acordo com o Antigo Testamento, o casamento na tradição hebraica era uma festa que durava sete dias, para convivência dos familiares. A noiva chegava na casa do prometido com um véu sobre o rosto que era retirado somente quando chegava no quarto nupcial, onde havia a consumação do casamento.
Já o Novo Testamento, no Evangelho de João, há menção à festa de bodas de um casal pobre, na aldeia de Caná da Galileia, em que Jesus está presente e realiza o milagre da transformação da água em vinho, para engrandecer a celebração. Isso mostra como a realização da festa era muito importante e não podia faltar vinho para a alegria dos noivos.
“Mas sobre lua de mel, o que temos é o ritual da tradição judaica que passou para a tradição cristã do Novo Testamento, onde Jesus está em uma festa de casamento. E é claro que, depois da festa, para que o casamento seja verdadeiro, lícito e válido, ele precisa ser consumado. E a consumação do matrimônio se dá pelo ato dos noivos. Depois de terem recebido seus convidados, é a hora de consumar por meio desse ato de amor”, conclui Padre Valdir Cândido.
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