Um amigo me perguntou alguns dias atrás: e as novidades?
Ele estranhou a resposta, porque eu estava vindo de uma sequência de projetos e mudanças importantes.
Eu sorri e reafirmei:
Nesses momentos em que “nada acontece”, as pessoas costumam reclamar de tédio. Com a imaginação povoada de filmes e séries hollywoodianas, nos quais algo de extraordinário está sempre acontecendo, ou então porque estão viciadas em redes sociais acompanhando sem intervalo – uma viagem nova, uma compra espetacular, etc – , muitas delas parecem não conseguir entrar no compasso da sua própria vida. Em situações como essa, o Tempo Comum que se vive parece, aos seus próprios olhos, sem graça demais.
No entanto, a silhueta da sua vida e sua própria personalidade não são definidas em momentos de grandes conquistas ou de grande tristeza. São nessas escolhas cotidianas, longe dos holofotes das redes digitais, fora do púlpito, no escondimento do ordinário que definem quem é você.
Fortaleza, temperança, prudência e justiça se aprendem e se exercem no anonimato desses dias de “nada”.
É no feijão com arroz, “no pão nosso de cada dia”, no cumprimento fiel de cada dever que desabrocha uma personalidade verdadeiramente madura.
Cristo ficou em Nazaré por 30 anos. Com sua família, seu emprego, sua rotina, sendo fiel, bondoso, casto e obediente. Sua vida pública cresceu, floresceu e deu frutos enraizados na fidelidade e coragem vividas na pureza do cotidiano. Até mesmo Jesus teve seu momento, portanto, de Tempo Comum.
Para almas atentas, esse tempo jamais será um tédio. Será um convite ao maior heroísmo de todos: vencer a nós mesmos.
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