Nos últimos anos, tem sido comum encontrar pessoas que trocam letras do nome em busca de sorte ou sucesso – ou que consultam números para definir datas e escolhas pessoais. Isso reflete a crença de que os números e as letras associadas a eles têm força para influenciar o destino. Para o conhecimento cristão, será que isso faz algum sentido?
Primeiramente, vamos à explicação sobre numerologia: trata-se de uma prática esotérica que tenta atribuir significados ocultos a números e letras e interpretá-los como chaves para o destino, personalidade ou eventos futuros. Pode envolver cálculos a partir do nome ou da data de nascimento para revelar traços pessoais ou prever acontecimentos. É frequentemente usada como forma de adivinhação.
Sim. A numerologia é considerada incompatível com a fé católica. O Catecismo da Igreja Católica afirma claramente:
“Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: […] a interpretação de presságios e sortes […] contradizem a honra e o respeito, misto de temor amoroso, que devemos somente a Deus.” (CIC, n. 2116)
Ainda segundo o Catecismo (n. 2115):
“O cristão deve entregar-se com confiança nas mãos da Providência divina quanto a tudo o que diz respeito ao futuro e abandonar toda curiosidade doentia a esse respeito.”
De acordo com o livro Católico pode ou não pode? Por quê?, de padre Alberto Gambarini (Edições Loyola, 2005), a prática da adivinhação é condenada desde os primeiros séculos do cristianismo. Os Concílios de Vanes (461), Adge (506) e Orleans (511) chegaram a excomungar os que a praticavam.
É importante diferenciar numerologia do simbolismo dos números na Bíblia. Muitos números possuem significado simbólico, usado para transmitir ideias espirituais. Por exemplo:
Esses números são revelados pela própria Escritura. Não são “códigos secretos” nem devem ser usados para manipular decisões ou prever o futuro. Como alerta São Pedro: “Os ignorantes e instáveis deturpam […] as Escrituras, para a própria destruição deles.” (2Pd 3,16)
No Antigo Testamento, Deus proíbe a consulta a adivinhos: “Consultai, acaso, os mortos em favor dos vivos?” (Isaías 8,19)
A numerologia, mesmo disfarçada de “autoajuda” ou “autoconhecimento”, é uma prática adivinhatória e supersticiosa. Confere poderes ocultos a números e letras, o que contradiz a confiança plena na Providência Divina. O católico não deve se guiar por códigos ou técnicas, mas sim pela oração, discernimento e direção espiritual.
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