O adeus ao cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador, foi lamentado por católicos de todo o Brasil.
Natural de Juiz de Fora, em Minas Gerais, foi nomeado arcebispo metropolitano de Salvador, Bahia, no ano de 1999 pelo Papa João Paulo II. A partir de então, Dom Geraldo Majella se dedicou à memória de Santa Dulce, com atuação relevante no seu processo de beatificação.
Coube a ele, inclusive, a leitura da carta apostólica na beatificação de Santa Dulce, em 2011 e é de sua autoria a oração oficial da primeira mulher legitimamente brasileira a se tornar santa pelo Vaticano.
“Senhor nosso Deus, lembrados de Vossa Filha, a Santa Dulce dos Pobres, cujo coração ardia de amor por Vós e pelos irmãos, particularmente os pobres e excluídos, nós vos pedimos: dai-nos idêntico amor pelos necessitados; renovai nossa fé e nossa esperança e concedei-nos, a exemplo desta Vossa filha, viver como irmãos, buscando diariamente a santidade, para sermos autênticos discípulos missionários de Vosso Filho Jesus. Amém”.
Ainda em 2011, renunciou ao cargo, após seu pedido ter sido aceito pelo Papa Bento XVI e recebeu o título de arcebispo emérito.
Participou de muitos momentos importantes da Igreja Católica, como dois conclaves. O primeiro, em 2005, que elegeu o Papa Bento XVI. O segundo, a eleição do Papa Francisco.
Dom Geraldo Majella também foi bispo de Toledo e arcebispo de Londrina, ambas localizadas no Paraná, entre 1983 e 1991. Durante esse período, ele desenvolveu, ao lado da médica Zilda Arns, o projeto da Pastoral da Criança.
Partiu dele a ideia de implantar o projeto em Florestópolis, no interior do Estado, por registrar, à época, o maior índice de mortalidade infantil do Paraná. O trabalho reduziu as mortes de 127 para 28 bebês para cada mil nascidos vivos.
Da experiência de sucesso em Florestópolis, a metodologia desenvolvida por eles ganhou o mundo. Hoje alcança, além do Brasil, 11 países da América Latina, África e Ásia.
Dom Geraldo Majella morava em Londrina desde 2014, onde faleceu no último sábado (26). O religioso teve um acidente vascular cerebral (AVC) em dezembro do ano passado.
Era membro da Pontifícia Comissão dos Bens Culturais da Igreja e foi presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre os anos de 2003 e 2007.
O Papa Francisco expressou seu “profundo pesar” pela morte de dom Geraldo Majella Agnelo e agradeceu-lhe por seu serviço à Igreja em um telegrama divulgado no domingo pela Santa Sé.
“Tendo recebido com profundo pesar a notícia do falecimento do eminentíssimo cardeal Geraldo Majella Agnelo (…) quero assegurar as honras que elevo ao Altíssimo pelo eterno repouso deste venerável prelado. (..) Minhas orações são também de gratidão a Deus pelos longos anos de seu serviço dedicado à santa mãe Igreja, sempre guiado pelo zelo apostólico, nas várias missões que lhe foram confiadas”.
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