O cérebro envelhece?

O cérebro envelhece?

SIM. O cérebro envelhece do mesmo modo que todas as outras estruturas e sistemas do nosso corpo. À medida que envelhecemos, todos os sistemas do nosso corpo diminuem gradualmente sua capacidade e seu rendimento. 

A idade cronológica, que consta na certidão de nascimento, indica o tempo que transcorreu desde o nascimento. No entanto, existe também a idade fisiológica, que depende das condições de nosso organismo e pode ser menor do que a cronológica (se nos cuidamos) ou maior (se tivermos maus hábitos).

Consideramos que o envelhecimento cerebral é inevitável até certo ponto, ainda que não seja igual para todas as pessoas. É por isso que determinadas mudanças em algumas funções, como na memória, estão associadas a um envelhecimento normal.

Alguns estudos demonstram biologicamente o que acontece com o cérebro durante o envelhecimento, buscando explicar o motivo da mudança na memória, reflexões e agilidade, sendo essas algumas das principais queixas relacionadas ao processo da senilidade.

As áreas cerebrais envolvidas no processamento de funções cognitivas e na comunicação entre os neurônios sofrem uma diminuição de massa cerebral por volta dos 65-70 anos. Áreas essas denominadas de lobo frontal e hipocampo.

A superfície externa do cérebro (córtex cerebral) sofre uma redução, devido uma diminuição das conexões sinápticas (comunicação entre os neurônios), ocasionando ou contribuindo para um processo cognitivo mais lento.

As pesquisas sugerem ainda que, com o envelhecimento o cérebro gera menos mensageiros químicos, os chamados neurotransmissores, e essa diminuição, principalmente da dopamina, da acetilcolina, da serotonina e da norepinefrina, pode ter um papel primordial na diminuição da memória e da cognição, além de um aumento da presença da depressão.

A mudança mais importante é a perda de muitas conexões entre os neurônios, células de vida longa que não se dividem e, portanto, dificilmente se regeneram.

Outra consequência do envelhecimento cerebral é o acúmulo de proteínas na forma agregada que tendem a se depositar tanto dentro quanto fora dos neurônios. Isso pode desencadear o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas relacionadas à idade, como o Alzheimer e o Parkinson.

É importante ressaltar que o envelhecimento não implica necessariamente demência ou perda significativa de memória. Se houver perda significativa de memória e capacidade de aprendizagem, elas estariam relacionadas a uma doença específica, e não ao envelhecimento normal do cérebro.

Não posso deixar de ressaltar que sobre a memória… ahhh, do que mesmo estamos falando?? (Rsrs) Brincadeiras à parte, a memória talvez seja o fator que mais “sofre” mudanças perceptíveis com o envelhecimento. Nesse processo, algumas habilidades de memória se alteram naturalmente, como a memória de trabalho e a memória recente, que envolvem a retenção de novas informações, novas aprendizagens e resolução de problemas. As dificuldades de memória relacionadas à idade são maiores para a memória episódica do que para a memória semântica, e pioram em ordem crescente na seguinte sequência: memória de procedimentos, reaprendizado, memória de reconhecimento, evocação baseada em pistas contextuais, evocação livre, memória prospectiva (lembrar de lembrar).

Para que esses efeitos biológicos sejam menos drásticos, a recomendação é: mantenha ativo seu cérebro, convivendo com pessoas, fazendo atividade física regular; ouça música, dance, explore os jogos de tabuleiro, conviva com várias idades diferentes, leia. Só não vale ficar parado!

A alimentação é essencial para envelhecer fisicamente e cerebralmente de forma mais saudável: um consumo baixo de carne vermelha, médio de laticínios e uma quantidade moderada de álcool (vinho) e gorduras (azeite de oliva). Capriche nos alimentos frescos e coloridos, ingestão de verduras, legumes, frutas, cereais e peixes. Evite industrializados! Sua saúde mental está muito relacionada à saúde que você põe no prato.

Além de cuidar do que comemos, é recomendável dormir bem. O sono precisa reparar todo seu corpo e cérebro, e para isso, a manutenção de um bom ciclo sono-vigília (tempo de dormir e de ficar acordado) é essencial para muitas funções cerebrais, a exemplo da eliminação de toxinas do cérebro que se acumulam durante o dia. Enquanto dormimos, o espaço que existe entre os neurônios aumenta, facilitando sua limpeza e seu bom funcionamento. Dessa forma, manter um sono reparador favorece um envelhecimento mais saudável.

Sabe que até o humor o bom humor é claro é um aliado no envelhecimento saudável do cérebro? Isso porque os distúrbios do humor interferem no bom funcionamento cerebral. A depressão é um distúrbio emocional muito comum em pessoas mais idosas e é causada por um desequilíbrio nos neurotransmissores, que são as moléculas que os neurônios usam para se comunicar. Isso pode se traduzir em mau funcionamento do cérebro a longo prazo, acelerando seu envelhecimento. Então, manter o sorriso e a boa convivência com conversas prazerosas é essencial para envelhecer bem!

Resumindo, a chave para manter um cérebro jovem e saudável é a mesma que para o resto do corpo. Ou seja, você tem que manter uma alimentação saudável, dormir o suficiente, evitar o consumo excessivo de álcool, evitar o fumo e o estresse, praticar exercícios físicos moderadamente e evitar o desenvolvimento de outras doenças ou, pelo menos, mantê-las sob controle.

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