No dia 14 de fevereiro é comemorado o Dia de São Valentim. Certamente muitas declarações de amor aparecerão pelas redes sociais, pois o Santo é considerado o Patrono dos Namorados. O que pouca gente sabe é o motivo desse título do Santo, ou melhor, dos Santos (sim, são dois!). Vem entender essa história!
A primeira curiosidade é que São Valentim não é apenas uma pessoa, mas duas. O padre São Valentim e o bispo São Valentim de Terni viveram na mesma época, no século III, e além do nome e da época em que viveram, tinham mais uma coisa em comum: a luta pelo matrimônio.
Enquanto o Padre viveu em Roma, o Bispo era de Terni, ambas regiões da Itália. Na primeira, o imperador Cláudio II travava várias batalhas em busca de territórios e estava atribuindo a derrota delas aos homens casados. Segundo as ideias do imperador, os solteiros conseguiam se arriscar mais. Então, ele resolveu proibir o casamento dos soldados.
Padre Valentim, contrário à determinação, continuou incentivando e celebrando os matrimônios secretamente por toda Roma. Acontece que o imperador, não satisfeito com o Padre, o prendeu e fez um interrogatório diante de todo o povo.
Na ocasião, como constam documentos da Igreja da época, o Padre destacou que o matrimônio era uma união sagrada, que Deus desejava e considerava um Sacramento.
Durante sua prisão na casa do prefeito de Roma, o Padre conseguiu curar a filha cega do governante. O prefeito, que era pagão, se converteu, assim como toda a sua família. Quando soube dessa conversão, o imperador mandou açoitar e decapitar o Padre. Isso aconteceu, possivelmente, no dia 14 de fevereiro. Papa Júlio I (337-352) construiu uma igreja em honra ao mártir, e o local é até hoje destino de peregrinações: fica na Porta del Popolo ou Porta do Povo (em português), em Roma.
Enquanto isso, o Bispo Valentim é considerado um dos fundadores da cidade de Terni. Lá, ao lado da igreja em que ele celebrava as Missas, construiu uma casa com um campo e jardim. No tempo vago, o Bispo cultivava rosas nesse espaço. Autorizava que crianças brincassem por ali também, o que deixava o lugar sempre muito habitado e celebrado.
Mas ele ficou mesmo conhecido porque era um excelente conselheiro e ajudava na reconciliação de diversos casais que o procuravam. Uma de suas histórias é que ao ver um casal brigando, chegou com uma rosa e, graças ao semblante sereno e sorridente e a bonita flor em suas mãos, conseguiu acalmar o casal. Explicou algo simbólico: que segurasse o caule com cuidado para que não espetasse.
A relação do matrimônio ensinada por São Valentim ao casal de jovens era de que essa relação era uma união de corpos, mas que mesmo com toda a beleza da rosa, ela continha espinhos. Se fossem arrancados, matavam a rosa. E assim é a vida do casal, que tem diferenças (ou espinhos). A cada momento, com mais conhecimento e sabendo os limites de cada um, respeitando e amando nas adversidades, nenhum dos cônjuges acaba ferido ou machucado. Um tempo depois, o Bispo celebrou o matrimônio do casal, o que espalhou sua fama de casamenteiro.
Valentim converteu um filósofo grego e alguns de seus discípulos. Por isso, o imperador Aureliano o denunciou, prendeu e, em 14 de fevereiro de 273, mandou decapitá-lo. Suas relíquias estão guardadas na Igreja das Carmelitas, em Terni (hoje pertencente a Roma). No local há uma inscrição: “São Valentim, patrono do amor”.
Em muitos lugares do mundo, o dia 14 é considerado “Valentine’s Day”, que representa exatamente o Dia dos Namorados aqui no Brasil (celebrado em 12 de junho). A data é exatamente a referência ao Padre e ao Bispo, de mesmo nome, que viveram na Itália e celebravam o amor em tempos difíceis.
No entanto, aqui no Brasil, duas razões não estabelecem a data como a oficial dos enamorados. A primeira é a tradição franciscana, que atribui a Santo Antônio a relação com o matrimônio. A história diz que o Santo é o padroeiro dos enamorados e, por isso, um dia antes da sua celebração, é considerado o momento de celebrar o amor.
A segunda é uma questão comercial, pois o mês de junho é ruim para o comércio, pois não existia nenhuma data comemorativa. Assim, em 1948, uma agência de publicidade criou o dia dos namorados para incentivar as vendas.
A Igreja Católica considera São Valentim ainda o patrono dos enamorados, por isso, os namorados podem comemorar o dia celebrando o amor.
Em 2021, o Papa Francisco, no dia do Santo, publicou:
“Fomos criados para amar e na união conjugal o homem e a mulher realizam esta vocação no sinal da reciprocidade e da comunhão de vida plena e definitiva. Na memória de São Valentim, acompanho com a minha oração os namorados e os casados”.
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