Dizem que “a leitura abre horizontes”. Para muitos adultos, especialmente os idosos, ler significa muito mais. É tocar o sagrado, entender a própria história e sentir-se parte da comunidade de fé. No Dia Mundial da Alfabetização (8 de setembro) e no “Mês da Bíblia”, conheça histórias de pessoas que aprenderam a ler motivadas por se aproximar da Palavra de Deus.
Católica e liderança de uma igreja no bairro Belo Jardim, em Rio Branco (AC), o sonho de Raimunda Ferreira do Carmo era ler a Bíblia e fazer a leitura do folheto durante a Santa Missa. Em 2016, aos 77 anos, esse desejo virou realidade. Nos primeiros seis meses de aula, ela já conseguiu fazer a leitura. “Já sei pegar qualquer ônibus, não tenho mais que pedir ajuda a ninguém e escrevo meu nome. Já consigo ler a Bíblia, que eu tinha maior vontade e não sabia, e o folheto da igreja. Ainda não leio na Santa Missa porque tenho vergonha de errar algumas palavras, mas, se Deus quiser, vou conseguir”, contou em entrevista à Rede Amazônica a estudante do programa “Quero ler”.
Em 2022, Maristela da Silva, à época com 55 anos, foi uma das 18 pessoas formadas na turma do Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos da Estácio em Natal. Cuidadora de idosos e moradora de Brejinho, que fica a 52 km da capital do Rio Grande do Norte, ela começou a trabalhar na infância em plantações de algodão com o pai e, por isso, não estudou na idade adequada. Nos últimos anos, ela já pôde se dedicar à leitura da Bíblia sozinha, que foi a grande incentivadora para buscar aprender a ler. Leia essa história completa no link a seguir:
Maria de Lourdes foi uma das estudantes alfabetizadas de um grupo de 14 idosas no Centro Municipal de Saúde (CMS) Vila do Céu, em Cosmos, na Zona Oeste do Rio, em 2024. Ela passou a frequentar as aulas porque queria, principalmente, ler a Bíblia. Durante a formatura, ela leu um versículo em voz alta e agradeceu. Em entrevista ao portal G1, comemorou: “A minha formatura foi a realização de um sonho. Eu abri a Bíblia com todas as pessoas presentes ali naquele momento e li em voz alta o versículo que eu escolhi. Foi muito gratificante”.
Ensinar um idoso — ou alguém que ainda não teve a oportunidade a ler — é um ato de amor ao próximo. No Dia Mundial da Alfabetização e no Mês da Bíblia, valorizamos essas pessoas que, com determinação, reescrevem suas histórias. Que suas vidas nos inspirem a apoiar políticas e ações de formação, para que ninguém viva à margem das palavras.
Segundo o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 93% da população acima de 15 anos sabe ler e escrever, um avanço em relação aos 90,4 % de 2010. De acordo com o IBGE, em 2022, o grupo de 15 a 19 anos atingiu a menor taxa de analfabetismo (1,5%) e o grupo de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa de analfabetismo (20,3%).
Em 2022, a taxa de analfabetismo de pessoas de cor ou raça branca e amarela com 15 anos ou mais era de 4,3% e de 2,5%, respectivamente, enquanto a taxa de analfabetismo de pretos, pardos e indígenas na mesma faixa etária era de 10,1%, 8,8% e 16,1%, respectivamente.
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