Chorar é algo natural. Segundo a psicóloga Talita Abreu, trata-se de uma resposta espontânea às emoções passadas e é entendido como um mecanismo de descompressão que permite aliviar o estresse e a dor. Importante tanto para a saúde física quanto mental, também pode ser de alegria, mas comumente é associado aos momentos de dificuldades, tristeza ou dor. E a saúde espiritual, o que tem a ver com o choro? A resposta também está na Bíblia e em diversos momentos, pois até “Jesus chorou” (São João 11,35).
Assim como na passagem em que o Senhor se emocionou por demonstrar compaixão pelos familiares e amigos enlutados de Lázaro, há outras partes das Escrituras Sagradas que mostram o choro como uma emoção de expressão do luto e também como parte natural da vida, como mostra Eclesiastes 3,4: “Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar”.
Na Bíblia, também está presente como ato de súplica e confissão: “Já estou cansado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas” (Salmos 6,6). As lágrimas também estão em Joel 2,12: “Por isso, agora ainda – oráculo do Senhor –, voltai a mim de todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos de luto”.
A mensagem de Deus mostra ainda o choro como consolo e esperança, como registra o Evangelho de São Mateus 5,4, quando Jesus falou no Sermão da Montanha que “bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”. E ainda em Salmos 30,5, há o texto que ficou tão popular por lembrar que o dia seguinte sempre vem. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. A passagem traz esperança e a lembrança de que a tristeza é temporária.
Em outro momento muito bonito das Escrituras, chega a necessidade de pensar no próximo e viver em união pelas palavras de São Paulo, quando ele instrui os cristãos a compartilhar os momentos uns dos outros: “Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram” (Romanos 12,15). Quantas vezes um problema ficou menor ao ser dividido ou algo bom cresceu por poder ser uma alegria compartilhada e então multiplicada?
As lágrimas são ouvidas pelo Pai, como está em 2 Reis 20,5: “Volta, e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei”.
A promessa de acabar com o choro enquanto representação de sofrimento também se dá em Apocalipse 21,4. O livro diz que no novo céu e nova terra, o choro terá seu fim. “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.
Assim como mostra a Bíblia, o choro faz parte da vida. Papa Francisco já abordou o tema algumas vezes. Em uma delas, enquanto recebia fiéis, disse que, muitas vezes, as lágrimas ressecam na indiferença e no egoísmo, e pediu que ninguém perca a capacidade de se comover, especialmente pelo próximo:
“Por favor, não tenham vergonha de chorar, de sentir comoção por quem sofre; não se poupem ao exercitar compaixão por quem é frágil, porque nessas pessoas está presente Jesus”.
A psicologia, que estuda as emoções e a saúde mental das pessoas, tem também o entendimento do choro como algo que não deve ser reprimido. A psicóloga Talita Abreu destaca que chorar é parte de viver:
“Chorar é visto como uma forma de aliviar as dores. Fisicamente, as lágrimas emocionais ajudam a relaxar o corpo e permitem que ele libere o estresse. Quando derramamos lágrimas emocionais, estamos literalmente expulsando estresse e toxinas, o que promove uma sensação de alívio e calma”, acrescenta a profissional.
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