O avanço da tecnologia das impressoras 3D tem desafiado as noções convencionais sobre o que pode ser fabricado. Da área da saúde aos alimentos, as ferramentas têm criado produtos inovadores e que dão a sensação de que “o futuro já chegou”.
Esses dispositivos utilizam um processo de deposição camada por camada, no qual o material é adicionado progressivamente para criar um objeto tridimensional.
Na área da saúde, as impressoras 3D são consideradas um grande avanço. Na década de 1980, passaram a ser usadas para a produção de próteses de reconstrução óssea. Atualmente, é possível a fabricação de tecidos da pele e até cartilagens. Próteses personalizadas, implantes cirúrgicos e até mesmo modelos detalhados de órgãos humanos podem ser produzidos. Isso não apenas pode melhorar a precisão dos tratamentos médicos, mas também reduzir custos e o tempo de produção.
Um exemplo de uma iniciativa da área da saúde é a startup potiguar Fix It, que está promovendo uma verdadeira revolução no mercado de órteses e conquistando espaços de destaque no Brasil e no exterior, justamente com o uso de impressoras 3D. A empresa desenvolve soluções com um polímero biodegradável para substituir o gesso de pacientes com traumas.
A ideia ganhou destaque rápido e atualmente a startup conta com a parceria de uma das maiores referências em saúde na América Latina, o Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, já fechou contratos com grandes planos de saúde, hospitais e clínicas de países como México e Argentina.
“A ideia surgiu em um evento. Meu sócio é especialista em impressão 3D e falou da ideia de trabalhar uma órtese em impressora 3D, eu disse que tinha como validar e disseminar isso, por ser fisioterapeuta. No início, as instituições que estavam fomentando o empreendedorismo foram essenciais para a gente crescer”, conta Felipe Neves, CEO da startup.
Mais leves, práticos, arejados e sustentáveis que o gesso, os produtos da Fix It foram tão bem aceitos que a empresa cresceu 500% desde a sua criação.
As impressoras 3D também são usadas na produção de alimentos. A competição Printer Chef, realizada na Campus Party 2023 (25 a 30 de julho), é um claro exemplo. Os participantes competiram para criar pratos gastronômicos feitos com alimentos produzidos em impressoras 3D. Batata, grão-de-bico, feijão, beterraba, chocolate e doce de leite são alguns dos itens que puderam ser utilizados. Essa é a primeira competição gastronômica do mundo com bioimpressão de alimentos.
Os jurados, incluindo Tanya O’Callaghan e Derrick Green, produtora e apresentador do programa Highway to Health, e o vice-campeão da 2ª edição do Master Chef Brasil, Raul Lemos, avaliaram os pratos.
“Esta iniciativa inovadora combina a tecnologia com a gastronomia, proporcionando novas experiências culinárias. Além disso, a utilização de impressoras 3D para alimentos representa uma alternativa promissora para o futuro, permitindo uma abordagem mais saudável e criativa na alimentação”, afirmou o CEO da Campus Party Brasil, Tonico Novaes, à Agência Brasil.
São tantas opções que já são realidade – e não “coisa futurista” – que não é exagero dizer que as impressoras 3D trazem uma nova era de possibilidades. A depender da intenção e do uso, podem servir como importantes meios para melhorar a qualidade de vida ou até mesmo salvá-las.
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