O que coelhos e ovos têm a ver com a Páscoa cristã? Entenda a simbologia e relação com costumes populares

O que coelhos e ovos têm a ver com a Páscoa cristã? Entenda a simbologia e relação com costumes populares

Se você já se perguntou o que um coelho entregando ovos de chocolate tem a ver com a ressurreição de Jesus e a principal data do calendário cristão, saiba que essa dúvida é comum e relevante. Apesar de esses elementos estarem fortemente associados ao consumo e ao apelo comercial da data, coelhos e ovos têm, sim, uma conexão simbólica com a fé cristã — ainda que sua origem seja anterior ao Cristianismo.

Como conta a tradição, os primeiros cristãos enxergavam o ovo como uma representação do túmulo de onde Jesus ressuscitou: fechado por fora, mas cheio de vida por dentro. Durante a Idade Média, o costume de pintar ovos se popularizou na Europa, como símbolo da alegria do fim da Quaresma e o início de uma nova vida. Em diversas tradições, o ovo já representava a vida, o nascimento.

A tradição ganhou força quando, no século XVII, Papa Paulo V abençoou os ovos com uma oração especial. Até então, havia uma proibição da Igreja quanto ao consumo de ovos durante a Quaresma. A chegada da Páscoa marcava o fim desse jejum — e a festa era celebrada com ovos decorados, considerados preciosos. O costume evoluiu para os ovos de chocolate. Porém, ainda carregam valor simbólico: em diversos países, as crianças fazem caça aos ovos em clima de festa e ressurreição.

O coelho da Páscoa também não surgiu por acaso. Suas patas traseiras longas e fortes — que o ajudam a subir encostas com facilidade — eram usadas na catequese como metáfora do caminho cristão: devemos ser prontos e ágeis para subir em direção à ressurreição, mas cuidadosos para não cair moralmente. Já a fertilidade natural dos coelhos o conecta à ideia de vida abundante.

Além disso, por ser um animal que se multiplica com rapidez, passou a representar renovação e esperança — ideias que estão diretamente ligadas à vitória da vida sobre a morte, celebrada na Páscoa cristã.

Os verdadeiros significados

Para o Cardeal Dom Sergio da Rocha, Arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, é preciso olhar além da estética comercial para compreender o verdadeiro sentido desses símbolos:

“À luz do significado maior, podemos compreender o sentido que se quer atribuir a ovos e coelhos como símbolos pascais. Os ovos são símbolos da vida que nasce; os coelhos, conhecidos pela fertilidade, também estão associados à vida abundante. Contudo, por mais que se possa atribuir significado pascal a eles, nada se compara aos dois maiores e mais genuínos símbolos pascais: o cordeiro e o círio pascal, que representam o próprio Cristo morto e ressuscitado, embora o cordeiro não receba a mesma visibilidade do círio, que conta com rito próprio na Vigília Pascal”, explicou o Cardeal em um artigo publicado no Vatican News.

O Cardeal lembra que a riqueza dos símbolos pascais ajuda a compreender e a viver a Páscoa. O Cordeiro é de origem bíblica, associado ao sacrifício de Jesus – “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Já o Círio Pascal — a grande vela acesa na Vigília Pascal — traz gravadas as letras A e Z (Alfa e Ômega), os números do ano e uma Cruz com cinco cravos, sinal das chagas da Paixão.

Curiosidades: Papas e ovos da Páscoa

A tradição dos ovos chegou ao Vaticano. Em 2009, Papa Bento XVI enviou centenas de ovos de Páscoa para crianças afetadas pelo terremoto em L’Aquila. Em 2012, recebeu um ovo gigante de 2,5 metros e 250 quilos, que doou a jovens detidos em Roma.

Papa Francisco enviou ovos de Páscoa a hospitais pediátricos e centros de acolhida em diversas ocasiões, como sinal de ternura e proximidade.

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