A percepção sobre o que é a alma se diferencia de acordo com as visões ideológicas ou religiosas. Neste post, vamos falar sobre o tema a partir do pensamento da visão da Igreja Católica. como está no Catecismo (362 a 367), a alma, designada nas Sagradas Escrituras, é a vida humana. É Deus quem sopra nas narinas do ser humano, formando a alma à Sua imagem e semelhança.
Padre Érico Gabriel Gurkowski, coordenador da Ação Evangelizadora e pároco da Paróquia São Luís Gonzaga e Beato Carlo Acutis, da Diocese de Guarapuava, explica que na distinção entre corpo e alma, a Igreja entende que:
“(..) a alma significa o princípio espiritual no homem, ela é o sopro de Deus nas narinas durante a criação, que fez o ser humano vivente. Já o corpo é a matéria, a criação do ser humano através do barro”, aponta.
Então, o que se entende é que a alma humana é espiritual, e não material, e conta com três capacidades: entender, querer ou sentir, ou, em outras palavras, da capacidade da inteligência, da vontade e da sensibilidade, que é a potência da alma que permite ao indivíduo sentir um modo diferente do corpo. Isso significa que a alma permite sentir coisas como alegria, tristeza, raiva, simpatia, tédio, etc.
Padre Érico, complementando o conteúdo de Felipe Aquino, lembra que, na Antiguidade, havia um princípio de divisão entre corpo e alma. “Salva a tua alma, essa era a compreensão. O corpo não merecia salvação ou cuidado, podendo até ser mutilado”. Foi apenas na ressurreição dos mortos que houve uma mudança no entendimento, com a visão de que o corpo é parte da dignidade da imagem de Deus, pois é Ele, animado pela alma, que se torna vivo.
“É a pessoa humana inteira que está destinada a tornar-se no corpo de Cristo um templo do Espírito Santo”.
Feitas essas considerações, por que então São Paulo, na I Carta aos Tessalonicenses, Novo Testamento do Livro Sagrado, aponta corpo, alma e espírito? “Que o próprio Deus da paz vos santifique inteiramente, e que todo o vosso ser – o espírito, alma e o corpo – seja guardado irrepreensível para a vinda do Senhor Jesus Cristo!” (5,23).
Para essa compreensão, Padre Érico cita novamente o Catecismo, no número 367: na visão da Igreja, a distinção entre corpo, alma e espírito não introduz uma dualidade à alma.
“Não há separação, tudo deve convergir para a santidade. Corpo, alma e espírito devem trabalhar em conjunto, como uma engrenagem. Se algum lado falha, falhamos no caminho da nossa salvação. A Igreja nos orienta que existe esse espírito dentro de nós, ele é o ânimo que impulsiona nossas vidas para que busquemos Deus constantemente e nos voltemos sempre para Ele. É a caminhada de fé que somos convidados a viver, fazendo esta unidade: nosso corpo buscando uma vida de santidade, a alma – esse sopro divino – voltando-se para Deus, animada pela centelha divina, que é o espírito que nos impulsiona a ter a sede do Senhor”, detalha o sacerdote.
Assim, não existe dualidade entre alma e espírito, mas sim, unidade na busca pela santidade e caminhada de fé. Na ressurreição dos mortos, ressuscitaremos de corpo, alma e espírito e, na unidade deles, é que buscamos a condução pelo Espírito Santo. Portanto, todo aquele que é batizado tem a responsabilidade de reconhecer que somos filhos de Deus, templos do Espírito Santo.
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