“A justiça dos homens pode falhar, mas a de Deus, não”. Essa expressão é comumente repetida e fala sobre confiança. Também se refere ao conhecimento sobre os desígnios e formas do Senhor agir. Mas afinal, o que é a “Justiça de Deus” e suas regras?
O que atesta a justiça de Deus é o cumprimento das suas promessas. Ao contrário do conceito da Terra, ela é plena, sagrada e superior ao entendimento meramente material. Essa justiça foi apresenta ao Povo de Deus especialmente pela presença de Jesus entre eles, como exemplificou o Papa Francisco durante uma celebração no Vaticano em janeiro de 2023, inspirado no Evangelho de Mateus (Mt 3,13-14): “Diante da surpresa da multidão ao ver ‘o Santo de Deus, o Filho de Deus sem pecado’, ao lado dos pecadores e de sua escolha de receber o Batismo, Jesus dirige-se a João e diz: “deixa por agora, pois convém que cumpramos a justiça completa’”.
O Pontífice explica então o que esse momento significa em relação à justiça divina:
“Fazendo-se batizar, Jesus nos revela a justiça de Deus, aquela justiça que Ele veio trazer ao mundo. Nós, tantas vezes, temos uma ideia estreita de justiça e pensamos que ela significa: quem erra que pague e assim apaga o mal que cometeu. Mas a justiça de Deus, como ensina a Escritura, é muito maior: seu propósito não é a condenação do culpado, mas sua salvação e seu renascimento, o torná-lo justo, de injusto a justo. É uma justiça que vem do amor, que vem daquelas entranhas de compaixão e de misericórdia que são o próprio coração de Deus, Pai que se comove quando somos oprimidos pelo mal e caímos sob o peso dos pecados e das fragilidades”.
Às margens do Rio Jordão, Jesus mostra que a justiça divina é a salvação e tudo que Ele veio ensinar é sobre cumprir a vontade de Seu Pai, ou seja, quem O segue encontra a salvação. Essa é a promessa. Assim, encontra a justiça divina. A cada um cabe refletir se a vida está alinhada aos planos de Deus, ensinados e propagados a partir do Cristo.
Ao explicar sobre a velha e a nova Justiça, que acontece com a vinda de Jesus, Padre Francisco de Assis explicou, durante o programa “Bom Dia, Evangelizar”, da TV Evangelizar, que o que Deus quer não é tornar as regras mais duras ou mais brandas, mas que as pessoas não sejam apenas cumpridores externos da Lei, pois ela também é interior a cada um. “Jesus quer que você desça ao coração da lei e que você alcance o seu irmão. O amor a Deus se verifica no amor ao próximo”, lembrou.
O Catecismo da Igreja Católica traz exemplos do que vai contra a Justiça de Deus. Há uma lista de ações contrárias ao que é Justo sob o olhar de Deus. Sobre esse tema, uma regra vale para todos os casos: nunca é permitido praticar um mal para que daí resulte um bem.
Quando alguém busca imitar a santidade de Jesus e vive de acordo com Seus ensinamentos, pratica a justiça. Todos são chamados a viver de acordo com a vontade do Pai e , desse modo, agir conforme a verdadeira Justiça, com a graça de Cristo e do Espírito Santo.
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, há quatro virtudes que desempenham um papel de charneira, ou seja, que une partes, e todas as outras se agrupam em torno delas. São: a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança.
“Se alguém ama a justiça, o fruto dos seus trabalhos são as virtudes, porque ela ensina a temperança e a prudência, a justiça e a fortaleza” (Sb 8, 7).
Com esses ou outros nomes, estas virtudes são louvadas em numerosas passagens da Sagrada Escritura.
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