Uma das imagens importantes do cristianismo, o Pantocrator (Pantokrator, “Todo-Poderoso”, em grego) é uma representação de Jesus Cristo que remete à Sua autoridade divina como Senhor onipotente e Juiz do universo.
Para a Igreja, o Pantocrator chama à contemplação da realeza e do amor de Cristo e é especialmente utilizado em espaços sagrados para elevar os corações dos fiéis ao que é celestial.
O ícone Pantocrator surgiu no contexto bizantino, no início do cristianismo, quando os primeiros seguidores de Jesus buscavam maneiras visuais de comunicar a fé em meio à crescente expansão do Evangelho. Pode ser encontrado em cúpulas e altares de igrejas antigas.
Cristo é retratado com uma mão levantada em sinal de bênção e a outra segurando um livro – muitas vezes o Evangelho. Essa dualidade mostra Jesus como Legislador divino e fonte de vida e salvação. A posição dos dedos da mão que abençoa revela o grande mistério da fé: Deus uno e trino e as duas naturezas de Jesus (divina e humana).
De cada lado da cabeça, podem ser encontradas as inscrições IC XC, que identificam Jesus Cristo. A auréola apresenta uma cruz inscrita com as três letras do nome sagrado de Deus: “Aquele que é”.
Anjo, leão, boi e águia (tetramorfos) também fazem parte do conjunto e simbolizam os quatro Evangelistas, Mateus (anjo), Marcos (leão), Lucas (boi) e João (águia).
Uma representação que faz parte da História, o ícone é importante para o estudo teológico e a prática espiritual. É exibido em momentos de oração, reflexão e celebração litúrgica.
O livro que Cristo segura simboliza a Palavra de Deus, aberta aos fiéis como guia para uma vida em comunhão com Ele. A mão que abençoa remete à promessa de proteção e misericórdia para os que se voltam para o Senhor.
Os olhos do Cristo Pantocrator mostram intensidade: um olhar profundo que, de acordo com a tradição, representa tanto a justiça quanto a misericórdia divina. Representa a soberania de Deus e sua presença contínua na vida do mundo.
Durante o Advento, o Pantocrator ganha um simbolismo ainda mais especial. Este período de preparação para o Natal remete à espera pelo Cristo que vem ao mundo para redimir a humanidade. Junto de outros ícones, como o da Virgem do Sinal, é utilizado na Escada do Advento, prática devocional inspirada na passagem de Gênesis 28, 10-19, conhecida como o “sonho de Jacó”.
Assim como a escada simboliza o caminho de comunicação entre o céu e a terra, o Pantocrator reforça a ideia de que Cristo é o mediador entre Deus e os homens. Ele desce à Terra para nos elevar à graça divina: sua presença em meio à humanidade é um “presente” e prova do seu amor.
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