Entre as opções de hambúrgueres, o peixe não está entre as mais comuns. Você conhece McFish? É um dos sanduíches bastante populares do McDonald’s, mas poucos sabem que sua criação está diretamente ligada a uma tradição e recomendação católica. A história tem origem em 1962, quando Lou Groen, um franqueado da rede em Cincinnati, observou que as vendas de hambúrgueres caíam bastante às sextas-feiras durante a Quaresma, já que católicos evitam comer carne vermelha nesses dias.
Com uma solução alinhada a essa necessidade, Groen apresentou a ideia de um sanduíche de peixe para o cardápio da rede. O Filet-O-Fish foi testado ao lado de outro, o Hula Burger (um hambúrguer de abacaxi). O sucesso do McFish (como é chamado no Brasil) foi tão grande que acabou escolhido para entrar no cardápio. Foram feitas 350 vendas de Filet-O-Fish e apenas seis do Hula Burger. Em 1965, o sanduíche entrou definitivamente no cardápio.
No Brasil, a opção passou um tempo fora do cardápio, mas retornou em 2024 por um tempo limitado. Segundo o diretor de marketing do McDonald’s, Sérgio Eleutério, o retorno do prato faz parte do calendário de novidades do início do ano, mas reconhece que o consumo do McFish tem pico em datas religiosas, diferentemente de outras opções.
A prática de não comer carne na Quaresma está enraizada em uma tradição de penitência e moderação. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, “a conversão interior do coração acompanha-se de uma penitência visível, interior e exterior” (CIC 1430). A carne é geralmente associada a momentos festivos e a abstinência é uma forma de renúncia a prazeres durante esse período de preparação para a Páscoa. Em lugar da carne, alimentos simples, como peixe, são consumidos, lembrando aos fiéis a simplicidade e humildade que a Quaresma simboliza.
A Bíblia também fala sobre o jejum e a penitência. Em Mateus 6,16-18, Jesus ensina: “Quando jejuardes, não vos mostreis tristes como os hipócritas. […] teu Pai, que vê o que está escondido, te recompensará”.
Durante a Quaresma, a Igreja recomenda que os católicos pratiquem a abstinência de carne às sextas-feiras, especialmente em respeito ao sacrifício de Cristo na Cruz. O Catecismo da Igreja Católica reforça essa prática no parágrafo 1438 e incentiva a penitência por meio da oração, jejum e caridade.
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