Visitar os Museus Vaticanos é uma experiência inesquecível. Entre tantas opções cheias de história, há um espaço que mostra a arte clássica e também o espírito de contemplação e beleza que conecta o humano ao divino: o Museu Pio Clementino.
Fundado no fim do século XVIII pelos Papas Clemente XIV e Pio VI — de onde vem o nome — o museu nasceu da intenção de preservar esculturas antigas, resgatadas de escavações em Roma e Lácio — e de torná-las acessíveis ao público. Era uma proposta ousada para a época, fruto da influência iluminista que ganhava força: proteger o patrimônio da humanidade e promover seu conhecimento, como um serviço à fé, à arte e à cultura.
A origem da coleção se deu muito antes, com o Papa Júlio II, no início do século XVI. Foi ele quem reuniu algumas das esculturas que hoje compõem o museu, expostas primeiramente no Pátio Octogonal. Mas foi no século XVIII que o sonho se tornou real, com a adaptação de ambientes do Palacete Belvedere, construído por Inocêncio VIII, para abrigar 12 salas monumentais dedicadas à arte clássica.
É impossível passar pelas obras mais célebres do local sem se emocionar: o Apolo do Belvedere, símbolo da perfeição estética na escultura greco-romana; o grupo do Laocoonte, com sua força dramática; o Torso do Belvedere, fragmento de escultura que inspirou mestres como Michelangelo; e ainda a Sala Redonda, com sua cúpula à moda do Panteão e uma bacia de pórfiro vermelho digna de imperadores.
A história do Pio Clementino não foi feita só de glórias. Em 1797, o Tratado de Tolentino obrigou o Estado Pontifício a ceder algumas de suas obras mais preciosas a Napoleão Bonaparte. Muitas delas foram levadas a Paris, e só anos mais tarde, com a queda do imperador e a atuação diplomática de Antonio Canova, grande parte dessas peças voltou para casa.
O que torna o Museu Pio Clementino especial para o turismo religioso é justamente essa possibilidade de encontro entre o humano e o transcendente. Embora as obras sejam em sua maioria pagãs ou mitológicas, há nelas a busca pelo belo, pelo ideal, pelo eterno.
Por tudo isso, o Pio Clementino é um itinerário visual e espiritual, que inspira olhares, desperta perguntas e convida à contemplação. Para quem visita o Vaticano, vale a pena parar ali por mais tempo.
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