No saxofone, ele apresenta “Can’t Help Falling in Love”, de Elvis Elvis Presley, lançada em 1961 e interage principalmente com jovens de 18 a 24 anos. Eles o chamam de “tio do sax” ou “vovô do sax”, elogiam suas músicas, enviam aos amigos e pedem mais. A cena virou rotina para o professor de Música aposentado Élio José de Mattos que, aos 80 anos, viu seu trabalho se renovar e atingir públicos que nem imaginava. Para ele, uma palavra define essa nova etapa da vida: orgulho.
Recentemente, ganhou a atenção até de um integrante do grupo sul-coreano BTS, Kim Tae-Hyung, que favoritou seu vídeo e levou o saxofonista a outro patamar nas redes sociais. Veja a seguir o vídeo que agradou o astro do K-pop:
Depois disso, Élio tratou de aprender uma das canções dos sul-coreanos e também fez um vídeo com ela.
Até chegar a este ponto de inovação na música, sua trajetória na área foi longa. Porém, a todo momento, a história é sobre amor. Para ele, trabalhar um instrumento é algo divino. Até hoje, mesmo quando está sozinho, se emociona ao tocar algumas músicas, como “Ave Maria”, de Schubert.
“Às vezes que eu estou ensaiando, eu não consigo ir até o fim, que dá muita emoção”, declara.
Foi com apenas 10 anos de idade que sua parceria com a música começou, a partir do violino. O músico lembra que era uma época em que o professor ensinava com uma varinha de marmelo e, a cada erro, levava uma “batidinha” na mão. Mas, desde cedo, a paixão já estava lá: antes de ter seus instrumentos, pegava a vassoura e fazia o objeto de guitarra ou violão. “Achava interessante o barulhinho das cordas”, lembra. Com as latas, fazia percussão. Assim, o som estava sempre presente.
Aos 16, iniciou sua vida ao lado de um grande companheiro: o saxofone, com a ajuda do avô. Nessa mesma época, começou a tocar em carnavais, um pouco de cada instrumento. Quando foi morar em Curitiba (PR), passou a praticar mais o sax. “Daí pra frente, graças a Deus, eu tô indo”, comenta. E muito bem, né?
Outros instrumentos, como bateria, tambor, violino, também são familiares em sua vida.
“Comecei a evoluir mais nos estudos, fiz faculdade de Música, aprendi de tudo e até cantava no coral da própria faculdade. Depois, eu fiz uma especialização em Musicoterapia”.
Das aulas ao sucesso no TikTok, a empolgação do músico ao falar da sua grande paixão contagia qualquer pessoa.
“Os acordes são como chaves que entram na mente e nos fazem parar, pois a música não seria a mesma sem eles. Quando você ouve, por exemplo, uma novela, ela sempre tem um tema. Quando você ouve um ator interpretando com a música ao fundo, muda tudo. A música é uma emoção inerente ao ser humano”, defende.
Uma das experiências que ele gosta de lembrar foi quando foi convidado para trabalhar em uma exposição de artes. Enquanto a guia falava sobre os quadros, Élio criava um fundo musical com um saxofone suave. O tempo foi passando e muitas outras conquistas e dias de música e alegria aconteceram.
O TikTok entrou nessa história numa quinta-feira à tarde, enquanto ele estava em casa, no seu espaço de trabalho musical.
“Estudava uma música chamada ‘Melody’, tema de um filme. Enquanto ensaiava, a dona Graziely [filha] entrou filmando com o celular. Ela sugeriu colocar a música no TikTok, algo que eu nem sabia o significado. Gosto de tocar sozinho aqui e os vizinhos costumam ouvir. Gravamos vários clipes para o YouTube e decidimos tentar no TikTok. As pessoas começaram a curtir e elogiar”.
A rede não apenas ampliou seu alcance, mas também trouxe nova energia para sua vida. A filha, que o ajuda a produzir e gerenciar seus conteúdos nas redes, conta que as produções para o TikTok trouxeram uma nova alegria para o pai.
Nas redes sociais, as coisas foram acontecendo forma espontânea, como Graziely conta. Um dia, ela começou a receber várias notificações: era um dos vídeos do pai que acabava de ser favoritado por um dos integrantes do grupo BTS e tinha “viralizado”. Hoje, o seu perfil tem mais de 50 mil seguidores e alguns dos conteúdos têm milhões de visualizações. Muitas vezes, nem consegue ler todos os comentários, que chegam a mais de dez mil por post.
“Eu escolho minhas músicas pensando no ambiente e na pessoa que as ouvirá. No TikTok, 80% dos meus seguidores têm entre 18 e 24 anos, o que me surpreendeu, já que toco muitas músicas antigas e instrumentais”.
“Eu agradeço muito a Deus, que me dá de graça o talento da música e eu retribuo tocando”.
O saxofonista toca na igreja e em todos os lugares. Música católica, pop e clássicos fazem parte do seu repertório. Em breve, ele irá lançar uma canção e também tem aprendido a tocar outras, que seus seguidores pedem. E para quem pensa em se aventurar pelo TikTok, ele diz que o direcionamento do sucesso é sempre o respeito.
Élio tem uma protetora especial, Santa Cecília, a padroeira dos músicos. O dia 22 de novembro, consagrado à Santa, significa oração e proteção para ele e tantos outros instrumentistas.
“Que Santa Cecília proteja e esteja sempre ao nosso lado”, intercede o professor aposentado.
“Ó Virgem e mártir, Santa Cecília, pela fé viva que vos animou, desde a infância, tornando-vos tão agradável a Deus e ao próximo, merecendo a coroa do martírio, convertendo pagãos ao cristianismo, alcançai-nos a graça de progredir cada vez mais na fé e professá-la através do testemunho das boas obras, especialmente servindo aos irmãos necessitados.
Gloriosa Santa Cecília, que os vossos exemplos de fé e virtude sejam para todos nós um brado de alerta, para que estejamos sempre atentos a vontade de Deus, na prosperidade como nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna.
Santa Cecília, padroeira dos músicos e artistas, rogai por nós.
Amém.
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