Alguns jovens não devem sequer ter visto e outros podem lembrar, com certo esforço, de um item que foi por muito tempo marca da presença feminina nas Santas Missas e igrejas. A extinção quase completa do uso do véu pelas mulheres nas igrejas, quando estavam em momento de oração, é parte de uma mudança significativa da história recente da Igreja Católica.
O uso do véu na Missa vem desde o início do cristianismo no Oriente, em um período em que o item era obrigatório para as mulheres. A determinação foi preservada pela comunidade por muito tempo. Quando alguém entrava na igreja para assistir à missa via todas as mulheres presentes com a cabeça coberta, seja por boinas, gorros, véus ou toalhas de renda.
Isso porque no Código de Direito Canônico de 1917, que vigorou até 1983, havia um cânon que falava sobre o assunto:
“Os homens, na Igreja ou fora dela, enquanto assistem aos ritos sagrados, devem trazer a cabeça descoberta, a não ser que os costumes aprovados do povo ou circunstâncias peculiares determinem de outra maneira; as mulheres, no entanto, devem trazer a cabeça coberta e estarem vestidas de forma modesta, especialmente quando se aproximarem da mesa da comunhão”. (Cân. 1262 §2).
No entanto, no Código atual, que vigora desde 1983, não se encontra mais nenhum cânon referente ao tema, ou seja, como é ele que está em vigor, não há mais essa obrigatoriedade.
Como uma longa tradição da Igreja Católica, o uso do véu era compreendido como um hábito que inseriu a mulher em um espírito de ritualidade e adoração. Considerado um belo costume católico, seu uso era visto como importante para manter a modéstia dentro da igreja e o devido respeito à presença do Senhor.
Esse item assinalava a mulher como uma pessoa de oração, que sabia por que e por quem ia à igreja. Todas as moças e mulheres deveriam usar ainda em toda Santa Missa e, também, na hora da confissão.
Essa visão e compreensão católica estava amparada no preceito bíblico das palavras de São Paulo:
Quanto ao homem, não deve cobrir sua cabeça, porque é imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do homem. Com efeito, o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o homem criado para a mulher, mas sim a mulher para o homem. Por isso, a mulher deve trazer o sinal da submissão sobre sua cabeça, por causa dos anjos (1Cor 11, 7-10).
Com certeza: aquelas mulheres e moças que tenham desejo de usá-lo podem fazê-lo com tranquilidade. Sua desobrigatoriedade não significa proibição. Cada mulher é livre para usar o véu ou não, de acordo com as circunstâncias e com a realidade de sua paróquia. Muitas são as formas de devoção e a decisão por seu uso ou não deve ser tomada a partir do discernimento de cada mulher.
É importante ter em mente, em todos os casos, que seu uso não foi abolido e, em diversas partes do mundo, mulheres ainda mantêm tal costume, sendo seguido principalmente por grupos tradicionais e conservadores da Igreja Católica romana e demais Igrejas do Oriente.
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