Ele é simpático, sorridente e símbolo de uma das maiores campanhas de vacinação do Brasil. O Zé Gotinha, personagem criado para conscientizar sobre a importância da vacinação contra a poliomielite, passou a ser ícone da saúde pública. A sua presença nas campanhas é tão forte que muitos brasileiros cresceram associando sua imagem à proteção contra doenças. Mas, com a recente mudança no esquema vacinal contra a pólio, será que o Zé Gotinha vai desaparecer?
A resposta é: não. Mesmo com a substituição da Vacina Oral Poliomielite (VOP), também conhecida como “gotinha”, pela versão injetável (VIP) a partir de novembro de 2024, o personagem continuará como o grande defensor da vacinação no Brasil.
A decisão de substituir a vacina oral pela versão injetável foi tomada pelo Ministério da Saúde, com base nas mais recentes evidências científicas que indicam uma maior segurança e eficácia do novo esquema vacinal. Países como Estados Unidos e várias nações europeias já adotaram a versão inativada da vacina como única opção para imunizar suas populações contra a poliomielite. O Brasil agora segue a mesma tendência.
Atualmente, o esquema vacinal para poliomielite contempla três doses da VIP (a vacina injetável) aos 2, 4 e 6 meses, além de duas doses de reforço com a vacina oral aos 15 meses e 4 anos. Com a mudança, a partir de novembro, apenas uma dose de reforço da VIP será necessária aos 15 meses, eliminando o uso da gotinha.
De acordo com Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a decisão visa a erradicação definitiva da poliomielite no país. “O Zé Gotinha não vai desaparecer. Pelo contrário, ele continua firme e forte na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção do PNI”, afirma. A alteração busca reforçar a proteção das crianças contra a doença, que já está erradicada no Brasil há mais de 30 anos.
A poliomielite está erradicada no Brasil desde 1989, mas os desafios para manter essa conquista são constantes. Após um período de declínio nas coberturas vacinais, o país tem conseguido reverter a queda. Em 2023, a taxa de vacinação contra a pólio alcançou 86,55%, um aumento significativo em comparação com os 77,20% de 2022, conforme os dados da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). A mudança para a vacina injetável é um passo para garantir que a poliomielite permaneça longe do território brasileiro.
Criado em 1986, o Zé Gotinha rapidamente se tornou um símbolo nacional de combate à poliomielite. De forma divertida e lúdica, ele ajudou a promover a importância da vacinação em campanhas que marcaram gerações. Sua imagem, associada ao cuidado e proteção das crianças, é parte da memória afetiva de muitos brasileiros que cresceram participando das campanhas de vacinação.
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